Um dos maiores prédios – sobrado – de Penedo se foi com o tempo
16/03/2025, 10:04:09Atualmente adquirido pelo Professor Raul, filho do casal Horácio Augusto Gomes e Elizete de Lima Gomes ante às herdeiras e parte de sua mãe por doação visando a preservação imóvel atual.
Construído no século XVII pelos seus primeiros proprietários Família Fernandes de Barros, depois de propriedade da Família Guimarães Pereira, e por último da Família Rodrigues de Lima Gomes, atuais donatários herdeiros do Major Horácio Augusto Gomes, o sobrado que abrigou a Embaixada Portuguesa no Penedo, foi demolido no ano 1970 por oferecer riscos à família que ali residia, os Rodrigues de Lima Gomes.
A demolição foi um ato de extrema necessidade pelo desgaste do estado de grande parte da madeira que fazia o assoalho – piso – dos dois pavimentos superiores, das janelas e portas – as que não fossem de cedro – e principalmente o telhado. Nesse tempo não existia IPHAN para ajudar na conservação, nem apoio algum por parte dos governos estadual ou federal.
O prédio era dividido em um pavimento inferior – piso – contendo duas grandes salas de 84 m2 cada, um grande socovão – lugar destinado a armazenar enormes linhas de madeira, possivelmente para reposição, e 150 pares de armadores de rede, isso no lado esquerdo de quem estivesse em frente ao prédio, e um quarto grande nos fundos. Do lado direito, haviam, três quartos, uma sala de 90 m2, e, outro quarto depois transformado em garagem.
No segundo pavimento – primeiro andar – duas grandes salas de 84 m2, do lado esquerdo, uma sala de oração com altar e bancos, seguida por três quartos. Do lado direito, uma escada de acesso para o pavimento térreo, mais quatro quartos. E aos fundos, dos dois lados uma grande sala dividia no lado esquerdo uma cozinha e um banheiro. E do lado direito, a sala de jantar, ambos os espaços com janelas para a Rua Dom Jonas Batinga. Em espaço anterior à cozinha existia uma escada que permitia acesso ao segundo andar, terceiro pavimento.
No terceiro pavimento superior – segundo andar – dois grandes quartos com 50 m2 cada, uma sala ampla da largura de todo o pavimento

com 130 m2, e 10 pequenos quartos, existindo entre eles uma abertura com janela que dava visão para o rio São Francisco.
O telhado era dividido em quatro águas nos dois primeiros espaços do segundo andar, e duas águas para o restante de toda a área construída.
Neste prédio nasceu em 17 de março 1802 o médico, cientista e político Manoel Joaquim Fernandes de Barros, sendo homenageado em seu segundo centenário neste local pela Fundação da Casa do Penedo, com aposição de placa comemorativa, que será dentre em breve acompanhada da foto do referido prédio.
O tempo aliado pela corrosão da madeira e das paredes construídas em pedras e cal com óleo de baleia fez gerar a imperiosa necessidade da demolição de parte da história de Penedo, Alagoas e do Brasil. Infelizmente.