Apoiadores de Bolsonaro se reúnem em ato no RJ
16/03/2025, 15:30:28Apoiadores de Bolsonaro se concentram em Copacabana
A manifestação ocorre na manhã deste domingo (16) em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, onde os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começam a se reunir. O ato é em apoio ao projeto de anistia para os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. O grupo se concentra em um trecho da avenida Atlântica, que margeia a praia, aguardando o discurso do ex-mandatário.
Bolsonaro chegou a afirmar que 1 milhão de pessoas estariam presentes, mas aliados do ex-presidente consideraram esse número exagerado e não forneceram uma estimativa precisa da expectativa de público.
Críticas e Mobilização
Antes do início do ato, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse à imprensa que a manifestação representaria "um passo importante para derrotar o alexandrismo", em uma crítica ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). "Todos concordam que uma pena de 17 anos de prisão para quem depredou o patrimônio é um exagero", destacou.
O público presente traz camisas com mensagens relacionadas aos presos pelos atos de 8 de janeiro, como "Liberdade já para os presos políticos". Na areia de Copacabana, cartazes com figuras do bolsonarismo estão sendo expostos, alegando "perseguição" pela justiça brasileira.
Bandeiras populares, vendidas por camelôs, fazem menção à inflação de produtos como carne, ovo e café, e clamam pelo retorno de Bolsonaro em 2026. Outros adereços atacam Alexandre de Moraes e pedem "Fora Lula", além de exaltar figuras da extrema direita internacional, como Elon Musk.
Temas recorrentes do bolsonarismo, como a defesa da "família tradicional" e críticas à chamada "Ideologia de gênero", continuam a galvanizar os apoiadores do ex-presidente. Um estande no local está promovendo material sobre "Orgulho hétero", defendendo "valores cristãos".
Entre os manifestantes, há uma percepção de baixa adesão ao protesto, o que um apoiador atribui ao medo que estaria se instalando entre os simpatizantes do ex-presidente. "As pessoas estão com medo", desabafou.
Em frente ao hotel onde Bolsonaro está hospedado, parlamentares bolsonaristas gravam vídeos e posam para fotos com seus apoiadores. No grupo estão figuras como Zé Trovão, Sargento Fahur, Carlos Jordy, André Fernandes e o Padre Kelmon.
Ato e Expectativas
A manifestação também visa contestar a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente na investigação dos eventos golpistas após a eleição presidencial de 2022. Entre as personalidades esperadas para o evento estão o pastor Silas Malafaia, organizador do ato, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a vereadora de Fortaleza (CE), Priscila Costa (PL), vice-presidente do PL Mulher. Priscila falará em substituição à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que está se recuperando de uma cirurgia.
Bolsonaro contará com a presença de governadores, incluindo Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo, Cláudio Castro (PL) do Rio de Janeiro e Jorginho Mello (PL) de Santa Catarina.
Enquanto tentavam incluir o impeachment do presidente Lula (PT) como um lema do ato, o ex-mandatário orientou a convocação para "fora Lula 2026" e "anistia já". O objetivo do perdão aos condenados pelos atos de 8 de janeiro seria criar um ambiente político favorável para reverter, no futuro, a inelegibilidade do próprio Bolsonaro.
Bolsonaro enfrenta inelegibilidade decorrente de condenações pela Justiça Eleitoral em dois processos, o que o impede de concorrer até 2030. O ex-presidente ainda busca se apresentar como candidato ao Palácio do Planalto em 2026, confiando em uma possível reversão jurídica de seus processos, mesmo sem previsões de mudanças significativas.
Um dos motivos que levaram à inelegibilidade foi a realização de um ato de campanha em Copacabana em 2022, que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenou como abuso de poder por acontecer durante as celebrações oficiais do Bicentenário da Independência.
Bolsonaro já havia retornado a Copacabana para um evento semelhante em abril do ano passado, ocasião em que os ataques a Alexandre de Moraes e ao então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram intensificados.