Moraes critica big techs e defende responsabilidade das empresas
13/03/2025, 05:30:28
Moraes critica a atuação das big techs
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, voltou a criticar a atuação das grandes empresas de tecnologia nesta terça-feira, 11, durante uma aula magna na Fundação Getulio Vargas (FGV), em Brasília. Segundo Moraes, as big techs "querem lucrar" sem assumir responsabilidade.
O ministro destacou que essas empresas perceberam a aprovação de leis na União Europeia, que outros países também pretendem implementar, e alertou para os riscos envolvendo essa regulamentação. "Esse é um perigo que venho alertando. Por enquanto, nós conseguimos manter nossa soberania, nossa jurisdição", afirmou.
Críticas às redes sociais
Moraes tem sido alvo de críticas relacionadas às suas decisões sobre redes sociais. Recentemente, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos convocou oito grandes empresas de tecnologia para discutir uma suposta "censura" imposta por governos. O presidente do comitê, Jim Jordan, fez acusações direcionadas a Moraes, mencionando ordens "secretas e arbitrárias" que teriam forçado empresas americanas a remover conteúdo sob ameaça de multas.
Empresas não são imparciais
Durante seu discurso, Moraes reiterou que as plataformas digitais não são neutras. "Nós não precisaríamos de uma lei específica, basta aplicar a que já temos. Não podemos acreditar que as big techs são neutras. Elas têm lado, posição econômica, ideológica, política e religiosa", disse o ministro.
Ironizando acusações de comunismo
Ele também acusou as empresas de promoverem uma "lavagem cerebral" e de "falsear os fatos". Em um tom mais descontraído, Moraes ironizou críticas relacionadas a ser comunista: "A mentalidade das big techs retornou ao mercantilismo da Companhia das Índias Orientais, de 1600, abandonou qualquer pudor capitalista. E, diferentemente do que dizem, não sou comunista. Não é possível que acreditem nisso", afirmou.
O ministro também compartilhou momentos descontraídos sobre o tema, recordando uma situação em que comentou sobre como funciona a propaganda nos algoritmos das plataformas: "Falei que queria comprar um carro vermelho e nunca mais parei de receber propaganda", brincou, acrescentando ironicamente: "Obviamente, em virtude do meu comunismo, eu só consulto carro vermelho, gravata vermelha. Terno vermelho é meio cafona. Então, esse não."