Ameaças de Deputados Podem Complicar Acordo sobre Vaga no TCU

A disputa por uma vaga no TCU

(FOLHAPRESS) - Deputados do PSD, União Brasil e PL têm demonstrado resistência em apoiar um nome do PT para ocupar a vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), que será aberta com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz. A situação se agrava com a possibilidade de que esse acordo negociado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), seja comprometido. Mesmo que a vaga só venha a ser aberta em fevereiro de 2026, a disputa foi antecipada devido ao pedido do PT no ano passado.

Com o clima de mal-estar crescente em relação ao Executivo no Congresso, outros partidos buscam explorar essa situação para reivindicar o cargo. Motta já havia garantido aos petistas que ajudaria a eleger um membro do partido para a função, que é vitalícia e oferece um salário de R$ 41,8 mil mensais, além da influência nas decisões sobre contratos e licitações do governo.

Os termos do acordo

O acordo entre o PT e Motta não é apenas sobre a votação de um nome, mas também envolve a promessa de que o PT apoiará uma candidatura proposta por eles na próxima vaga que surgirá com a aposentadoria do ministro Augusto Nardes, prevista para outubro de 2027. No entanto, a articulação svtiva da oposição criou espaço para que outros deputados tentem emergir como candidatos.

A escolha do novo ministro do TCU deve acontecer em um voto secreto, o que torna a situação ainda mais delicada, pois há dificuldade em controlar o resultado. Infelizmente, para o PSD, a insatisfação com a falta de apoio do PT à candidatura do deputado Antonio Brito (PSD-BA) à presidência da Câmara pode se transformar em um obstáculo na hora da votação.

Possíveis candidatos e posições

A disputa é acirrada, com ao menos seis deputados já se organizando para buscar apoio nas suas candidaturas. Os deputados Pedro Paulo e Hugo Leal, ambos do PSD-RJ, fazem parte das articulações e um deles pode ser escolhido para representar a sigla.

Pedro Paulo comentou que não há compromisso do partido em apoiar a candidatura do PT à vaga do TCU, e que o partido possui visões distintas sobre a agenda econômica e fiscal, que divergem das políticas defendidas pelo PT. Outros nomes que estão sendo considerados incluem Danilo Forte (União Brasil-CE), Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Soraya Santos (PL-RJ) e Hélio Lopes (PL-RJ).

O cenário futuro

Os petistas estão cientes do histórico de derrotas nas escolhas anteriores para o TCU, onde em 2005, o deputado José Pimentel (PT-CE) foi derrotado. Para evitar que novos desfechos negativos se repitam, esperam que Hugo Motta e Arthur Lira cumpram com os compromissos acordados para evitar que outras candidaturas ganhem força.

O futuro da disputa pode incluir a antecipação da eleição para o TCU para 2025, contribuindo para despolitizar o ambiente de campanha, evitando a polarização que permeia as eleições nacionais. Enquanto isso, os líderes partidários continuam a negociação nos bastidores.