Gestão Nunes é acusada de superfaturar compra de água

Gestão Nunes é acusada de superfaturar compra de água

Ação de improbidade administrativa movida pelo MP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) enfrenta acusações de superfaturamento na compra de garrafas de água mineral, as quais foram distribuídas durante o Carnaval de rua de 2024. De acordo com uma denúncia do Ministério Público, essa prática causou um prejuízo significativo de R$ 1.227.240,00.
A ação de improbidade administrativa foi iniciada pela promotoria de Justiça do Patrimônio Público em fevereiro do ano passado, após surgirem suspeitas sobre o contrato que estabeleceu o pagamento de R$ 5,52 por cada garrafa de 500 ml, um valor quase duas vezes superior ao praticado no mercado à época.
Segundo a denúncia, foram compradas 252 mil garrafas de água mineral sem gás (500 ml) a R$ 5,50 cada, totalizando R$ 1.391.040,00. "Dados públicos demonstram que a média praticada no mercado variava entre R$ 0,65 a R$ 0,90/unidade", afirma trecho do documento.
A secretaria de Subprefeituras, responsável pelo contrato, divulgou uma nota em que defendeu que o valor por garrafa correspondeu a uma pesquisa de mercado realizada na época e que o preço incluía custos com logística e refrigeração.
A Promotoria também mencionou o que qualificou como "jogo de planilha", referindo-se à manipulação dos valores praticados no contrato para vencer a licitação com um menor preço global e, posteriormente, alterar as quantidades. Além disso, o mesmo contrato previu a compra de kits de lanches para os funcionários da prefeitura que atuaram durante o Carnaval, mas a quantidade desses kits foi diminuída após a assinatura do acordo.
No ano de 2025, a prefeitura distribuiu 1,8 milhão de copos de água ao longo de oito dias de Carnaval de rua. A gestão municipal relatou que o público presente atingiu 16,5 milhões de pessoas, e a festa gerou um impacto financeiro de R$ 3,4 bilhões.