Preocupação com Navios Chineses Aumenta entre Aliados dos EUA
08/03/2025, 13:31:47Navios de guerra chineses e suas implicações
Nos últimos meses, os navios de guerra da China têm feito aparições significativas ao longo da costa da Austrália, passando a apenas 320 quilômetros de Sydney e realizando exercícios militares surpreendentes nas proximidades da Nova Zelândia. Essas atividades, que foram executadas sem qualquer aviso prévio do governo chinês, geraram uma grande preocupação em ambos os países. O aumento da presença militar chinesa já não fica restrito às águas distantes do Mar da China Meridional ou do Estreito de Taiwan, onde a tensão territorial está em ascensão sob a liderança de Xi Jinping.
Demonstrações de força e seus efeitos
Simultaneamente, embarcações da marinha chinesa foram observadas próximas ao Vietnã e a Taiwan, revelando uma demonstração clara de força militar que tende a inquietar os aliados dos Estados Unidos. A China, por sua vez, defende que suas ações estão de acordo com a lei internacional, e a mídia estatal chinesa sugere que os países ocidentais devem se acostumar com a presença de suas embarcações em águas adjacentes.
Reações às incertezas políticas
Historicamente, as nações que são parceiras de Washington encontraram segurança em suas alianças. No entanto, as dúvidas aumentaram após a reunião tumultuada entre Donald Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, onde o líder dos EUA inicialmente se mostrou disposto a cortar a ajuda à Ucrânia enquanto o país enfrenta a invasão russa. Tal incerteza no Salão Oval fez com que líderes na região do Pacífico se perguntassem: se os EUA podem abandonar a Ucrânia, estariam dispostos a fazer o mesmo na Ásia diante de uma provocação de Pequim?
A busca por segurança regional
A busca de Trump por uma relação mais próxima com a Rússia e sua abordagem indiferente à Europa apenas aumentam os receios na região do Indo-Pacífico, onde muitos países dependem dos EUA para controlar a agressão da China. Collin Koh, um pesquisador da S. Rajaratnam School of International Studies em Cingapura, levantou questionamentos sobre o comprometimento dos EUA com a segurança na região. "Isso levanta dúvidas sobre se os EUA estarão realmente dedicados a garantir a segurança regional", aponta.
Monitoramento das atividades militares
Em meio a essa tensão, a Austrália intensificou seus esforços para monitorar e informar sobre os movimentos da China no Pacífico Sul, divulgando atualizações diárias sobre a localização de suas embarcações e aeronaves de reconhecimento. O Ministro da Defesa australiano, Richard Marles, mencionou que essas informações estão sendo coletadas para entender melhor as intenções chinesas.
Defesa das ações chinesas
Por outro lado, o embaixador da China na Austrália, Xiao Qian, refutou a ideia de que seu país representa uma ameaça. Ele reforçou que a presença naval chinesa é uma prática normal para uma potência regional: "É comum que a China realize atividades em várias partes da região", declarou à rede pública ABC.
Pressão sobre aliados europeus
Em Washington, Trump também se dirigia aos aliados europeus, pressionando-os a aumentar seus investimentos em defesa militar em resposta à situação da Ucrânia. Antes da polêmica reunião com Zelensky, o presidente americano havia planejado firmar um acordo sobre recursos minerais com a Ucrânia, visando cobrir custos da assistência militar. No entanto, a cerimônia não ocorreu, e Trump pediu a Zelensky que voltasse quando estivesse preparado para discutir a paz.
Repercussões nas alianças de defesa
Ao mesmo tempo, a postura de Trump e suas dúvidas sobre parcerias internacionais trazem impactos diretos no acordo AUKUS, um pacto de segurança trilateral entre Austrália, Reino Unido e EUA. À medida que os aliados dos EUA na região observam atentamente a situação, a Austrália já expressa preocupação sobre a estabilidade desse acordo em face da possível incerteza gerada por Trump.
Monitoramento contínuo e resposta do Japão
O governo australiano continua a respaldar o AUKUS, demonstrado pelo recente pagamento de US$500 milhões destinado ao fortalecimento da produção de submarinos americanos. Para Trump, acordos como o AUKUS são essenciais, pois visam beneficiar a economia americana e solidificar suas alianças.
Cautela no contexto asiático
Em outros pontos do Pacífico, a inquietação sobre a postura da Casa Branca é palpável. O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, adotou um discurso cauteloso, pedindo unidade entre os países do Grupo dos Sete, reforçando a importância de manter a influência dos EUA na região. Ele observou que a situação da Ucrânia poderia ser um reflexo do que o Leste Asiático enfrentará no futuro.
Postura da Coreia do Sul e Taiwan
A Coreia do Sul, também aliada dos EUA, se mantém vigilante sobre qualquer mudança na assistência militar dos EUA à Ucrânia e respondeu à pressão de Trump quanto a aumentar seus gastos com a presença militar americana. Em um discurso ao Congresso, Trump mencionou tarifas que considera injustas impostas pela Coreia do Sul a produtos norte-americanos, um ponto que Seul já negou.
Interesses dos EUA no Indo-Pacífico
Enquanto isso, em Taiwan, o Ministro da Defesa Wellington Koo tentou transmitir confiança diante das rápidas mudanças no cenário internacional, destacando que os interesses dos EUA na região Indo-Pacífico são vitais. Koo reiterou que, apesar das suas políticas de "América em primeiro lugar", os EUA não se afastariam da defesa de seus aliados na região.
Prioridades e compromissos dos EUA
Experts observam que os EUA estão frustrados por terem que suportar o peso da defesa de países que não contribuem significativamente. Assim, a atual administração busca priorizar os parceiros mais engajados e capazes. Thompson afirma: "Os Estados Unidos não estão abandonando aliados, mas priorizando aqueles que estão dispostos a ser bons parceiros".