Mauro Cid pede rejeição de denúncia por trama golpista
10/03/2025, 17:47:03Defesa e alegações contra a denúncia
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de rejeição à denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) no caso relacionado à trama golpista de 2022. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi interrogado pela Polícia Federal várias vezes entre agosto de 2023 e dezembro de 2024, e fechou um acordo de delação premiada.
Segundo seus advogados, Cid atuou como um mero repassador de informações, sem a intenção de participar de um golpe. A defesa afirma: "A atuação de Mauro Cid se reserva, e a acusação assim também entende, na 'comunicação' a fim de 'repassar' às autoridades próximas à Presidência informações que chegavam até si e em razão da posição de ajudante de ordem e sua proximidade com o então Presidente da República".
Os defensores de Cid argumentam que ele não criou conteúdo nem repassou informações para os grupos que, segundo a acusação, teriam disseminado informações falsas para mobilizar os apoiadores do ex-presidente.
Além disso, a defesa sustenta que Cid não tinha consciência dos eventos de 8 de janeiro, quando ocorreram ataques a instituições em Brasília, e que não participou deles. "Não tinha a menor consciência e muito menos deles participou", reforçam os advogados.
Outro ponto levantado é que, durante aquele período turbulento, havia uma "desinformação constante" que dificultava discernir entre informações verdadeiras e falsas, impossibilitando a continuidade das acusações com base em conversas de WhatsApp.
Mensagens trocadas e a defesa prévia
Entre as mensagens citadas no relatório final da PF, uma troca de mensagens no dia 4 de janeiro é destacada. O tenente-coronel Sérgio Cavaliere questiona Cid: "Ainda tem algo para acontecer?". Cid responde, mas suas respostas foram apagadas. Cavaliere continua a conversa perguntando: "Coisa boa ou coisa horrível?" e diz: "Bom". Cid, então, complementa: "Depende para quem. Para o Brasil é boa".
Na defesa prévia apresentada, os advogados de Cid solicitam a manutenção de todos os benefícios da colaboração premiada e afirmam que não há justificativa para uma ação penal contra ele.
Desde a quinta-feira (6), as defesas prévias começam a ser enviadas ao tribunal após o fim do prazo de 15 dias para as respostas dos acusados. Essas defesas geralmente contestam as ações do ministro do STF Alexandre de Moraes no caso e repetem argumentos que já foram rejeitados pela corte.