Bolsonaro ironiza acusações de golpe com humor inusitado

Bolsonaro ironiza acusações de golpe com humor inusitado

A ironia de Bolsonaro diante das acusações


"O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou a legalidade das investigações que fundamentam a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele, relacionada à tentativa de golpe de Estado. Antes de apresentar sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira, 6, o ex-presidente fez uma ironia sobre as acusações.

"Eu tramei com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse, só pode ser isso aí", afirmou a jornalistas. A declaração se refere ao fato de que ele estava nos Estados Unidos durante os ataques aos prédios dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também já fez declarações semelhantes, e chegou a compartilhar uma imagem do pai em um parque temático da Flórida, gerada por inteligência artificial.

Durante a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), no mês passado, o parlamentar referiu-se ao evento como "um golpe de Estado da Disneylândia, sem armas, sem um plano, enquanto ele estava em Orlando, provavelmente debatendo estratégias com o Pateta e recebendo conselhos de segurança nacional com o Mickey Mouse".

Em entrevista a jornalistas no Aeroporto de Brasília, Jair Bolsonaro afirmou que não teria "força nenhuma" para executar um golpe. Ele destacou que havia nomeado dois comandantes das Forças Armadas para o presidente recém-eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda durante seu governo, em dezembro de 2022.

O ex-presidente negou que as ações de 8 de janeiro estivessem relacionadas a uma trama golpista. "Estou sendo acusado de destruição de patrimônio, só se for por telepatia. Esse pessoal que estava aqui foi atrás de uma armadilha, e mesmo que não fosse, isso não é golpe. Não existe golpe de Estado em cima de prédio, de pessoas", declarou.

A defesa de Bolsonaro pediu que o caso fosse pautado no plenário do STF em vez de ser analisado pela Primeira Turma, que é formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Além disso, segundo Bolsonaro, foi solicitada a íntegra da delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, pois ele afirma que o Supremo divulgou o conteúdo da delação de forma "seletiva".