Mangueira empolga com refrão forte e cultura banto

Mangueira empolga com refrão forte e cultura banto

Mangueira se destaca no desfile do Grupo Especial


A escola de samba Estação Primeira de Mangueira encantou o público na Marquês de Sapucaí durante o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial, realizado na madrugada de segunda-feira (2). Contando a rica história do povo banto e sua significativa influência na formação da cidade do Rio de Janeiro, a apresentação da escola se destacou não só pela alegria, mas também pela profundidade cultural.

A emoção das paradinhas e o refrão empolgante


A torcida da Mangueira dominou o sambódromo, vibrando a cada paradinha realizada pela bateria. O refrão forte também foi um grande sucesso, permitindo que todos cantassem o samba com entusiasmo. Os dançarinos da Comissão de Frente trouxeram figuras do povo banto, que se transformavam nos "crias" das favelas, agitando a plateia, especialmente ao simular a tradicional dança de empinar pipas, caracterizada pelos "passinhos", típico do funk. A apresentação também contou com a participação de drones que levantaram pipas ao longo do desfile.

Um desfile com momentos de tensão


Apesar da empolgação, a Mangueira enfrentou um momento de apreensão, já que precisou acelerar o ritmo das últimas alas para concluir a apresentação a tempo, encerrando seu desfile com pouco mais de um minuto antes do limite. A escola, juntamente com outras como Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense e Viradouro, formou uma sequência emocionante na avenida durante a primeira noite de desfiles.

Nova configuração para os desfiles


Este ano, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) implementou um novo formato, dividindo os desfiles em três noites (domingo, segunda e terça-feira), uma alteração que foi recebida com entusiasmo pelo público. O tempo para as apresentações também foi estendido, agora variando entre 70 e 80 minutos, proporcionando mais espaço para as escolas desenvolverem suas histórias.

Histórias e homenagens nos desfiles


A Unidos de Padre Miguel fez uma emocionante homenagem a Iyá Nassô, considerada mãe dos terreiros de candomblé no Brasil, celebrando a herança africana e a força do axé. Enquanto isso, a Imperatriz Leopoldinense trouxe à avenida lendas africanas, destacando a contribuição dos orixás na cultura brasileira. Já a Unidos do Viradouro, atual campeã, trouxe à tona a trajetória do líder quilombola João Batista, com um enredo que representava a luta por liberdade.

Uma mensagem de resistência e renascimento


No desfile da Mangueira, o enredo sobre a cultura banto e a identidade da juventude negra enviou uma mensagem poderosa de resistência. Um trecho do samba-enredo reflete essa luta: "O alvo que a bala insiste em achar/Lamento informar/Um sobrevivente". Essa afirmação ressoa com a história dos povos bantos que, trazidos à força ao Brasil, se fazem presentes e resilientes nas comunidades de today.

Apresentação repleta de significado


A Comissão de Frente simbolizou o renascimento do povo banto, com dançarinos em trajes tradicionais africanos que renasceram como crias em meio à performance. Além disso, a presença da renomada cantora Leci Brandão no carro alegórico aumentou ainda mais a empolgação do público ao representar os zungus, espaços de convivência significativa dos negros bantos no Rio de Janeiro. Com sua rica história e as influências culturais brasileiras, o desfile da Mangueira foi, sem dúvida, um momento de celebração e resistência.