São Paulo registra média de 2,9 mil casos de dengue por dia

São Paulo registra média de 2,9 mil casos de dengue por dia

Dados alarmantes sobre a dengue em São Paulo

O estado de São Paulo confirmou uma média preocupante de 2.976 casos de dengue por dia em 2025, conforme revelado pelo Painel de Arboviroses da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Esses dados foram registrados até a oitava semana epidemiológica, que terminou em 22 de fevereiro. Desde o início do ano até essa data, o estado contabilizou 157.767 casos de dengue. O período entre 19 e 25 de janeiro foi particularmente crítico, com 25.615 registros da doença.

Em comparação ao mesmo período de 2024, que teve um total de 198.711 casos, com uma média de 3.749 por dia, percebe-se uma redução no número de infecções. O intervalo mais significativo em 2024 - de 18 a 24 de fevereiro - registrou 54.280 infecções.

Cenário na capital paulista

Na cidade de São Paulo, os números em 2025 também indicam uma queda significativa em relação ao ano anterior, com 132 casos diagnosticados por dia, em contraste com 711 do ano anterior. Entre 1º de janeiro e 22 de fevereiro de 2025, a capital somou 7.016 casos, enquanto que, no mesmo período em 2024, o número atingiu impressionantes 37.717.

A maior incidência de infecções em 2025 ocorreu entre 9 e 15 de fevereiro, com 1.373 casos diagnósticos. Em 2024, a semana epidemiológica mais crítica, com 11.994 registros, foi aquela de 18 a 24 de fevereiro.

Regiões mais afetadas

Entre os Departamentos Regionais de Saúde, São José do Rio Preto se destacou como o local com o maior número de confirmações da doença, totalizando 46.546 casos. As regiões de Araçatuba (18.611), Campinas (14.463), Ribeirão Preto (12.182), Araraquara (11.157) e São João da Boa Vista (10.746) também apresentaram números alarmantes.

Até a oitava semana do ano, São José do Rio Preto liderou em casos, com um total de 20.829. A cidade recebeu apoio da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) para minimizar os impactos da dengue. De acordo com o Ministério da Saúde, até 25 de fevereiro, foram realizados 1.057 atendimentos no centro de hidratação criado especialmente para pacientes com sintomas de dengue no bairro Jardim dos Seixas.

Prevenção e cuidados

A ampliação de pontos de hidratação em centros que oferecem diagnóstico e tratamento rápido da dengue é crucial para evitar que os casos evoluam para formas graves da doença e, consequentemente, reduzam o número de óbitos. As cidades que também apresentaram números preocupantes foram Araçatuba (7.883), Mogi-Guaçu (7.298) e São Paulo (7.016).

O movimento das pessoas durante o Carnaval pode contribuir para a propagação do vírus da dengue. A doença é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da chikungunya e do zika vírus. O infectologista Evaldo Stanislau de Araújo alerta que "quem amplifica a epidemia de dengue é o ser humano". Ele ressalta que o deslocamento de pessoas de diversas localidades pode introduzir o vírus em regiões onde não estava circulando.

O médico enfatiza que muitos casos de dengue são assintomáticos, com estimativas apontando que podem representar de 30% a 50% dos infectados, de acordo com especialistas. Para aqueles que não têm acesso à vacina, o uso de repelentes de longa duração é essencial. O repelente deve ser reaplicado em casos de suor excessivo ou após contato com água do mar, rios, piscinas e após o banho.

Orientações para proteção

É recomendável usar roupas claras, que facilitam a visualização do mosquito. "Embora seja difícil durante o Carnaval e no calor, o ideal é cobrir o máximo possível a pele", aconselha Araújo.

O médico alerta que a dengue pode começar com sintomas vagos. "É importante que as pessoas se lembrem que a dengue pode dar sintomas pouco específicos. Se contrair dengue durante o Carnaval, pode parecer apenas uma dor muscular por cansaço ou uma febrezinha", ressaltou. É crucial se manter hidratado, já que a desidratação é um risco ao consumir álcool em excesso.

Grupos de risco

A dengue se manifesta com sintomas como febre, dor no corpo, dor de cabeça, mal-estar, cansaço, manchas vermelhas e coceira na pele. Nestes casos, a orientação é procurar um serviço de saúde. Os grupos mais vulneráveis incluem idosos, crianças menores de dois anos, indivíduos com comorbidades, imunossuprimidos e gestantes, que podem evoluir para formas graves da doença.

Por fim, o especialista recomenda que, antes de viajar, as pessoas verifiquem a situação da dengue nas localidades para onde pretendem ir, consultando as autoridades de saúde competentes.