Moradores da zona sul de SP enfrentam problemas com água

Moradores da zona sul de SP enfrentam problemas com água

Problemas de qualidade da água

Moradores da zona sul de São Paulo relatam que estão recebendo água com coloração escura e mau odor em suas torneiras. As reclamações ocorrem em várias regiões, incluindo Santo Amaro, Capão Redondo, Interlagos, Cidade Dutra, Vila São José, Cidade Ademar e Grajaú. Muitos afirmam que esse problema começou a ser notado desde dezembro do ano passado.

De acordo com os relatos, a água que sai das torneiras apresenta colorações que variam entre amarelada, esverdeada e marrom, e seu odor assemelha-se ao de enxofre. Isso tem gerado preocupação e desconforto entre os moradores.

Declarações de moradores

"Parece que vem direto da represa para a torneira, sem tratamento nenhum", desabafa Joelma Gomes, 33, moradora da Vila Natal, no Grajaú. Sua vizinha, Lucrécia Freitas, 42, também expressa sua preocupação, relatando que, ao tomar banho, tem sentido coceira e seu filho, de seis meses, desenvolveu dermatite.

No Capão Redondo, Isabella Seglio, 26, constata que a água está saindo suja de sua torneira e, por isso, passou a comprar água em galões.

Demora de atendimento da Sabesp

Moradores de vários bairros afetados compartilham suas experiências em grupos de redes sociais e reclamam da demora da Sabesp, responsável pela distribuição de água, em atender às solicitações de vistoria.

Além disso, muitos enfrentam a falta d'água na região. Em um relato, Gabriel Freitas, 23, do Parque Alto do Rio Bonito, revela que a água em sua residência acaba logo no início da noite e só volta após as 6h da manhã. Surpreendentemente, sua conta de água aumentou 400% em comparação ao mês passado, saltando de R$ 120 para R$ 480.

Isabella Seglio também declara estar lidando com desabastecimento no Capão Redondo. Às 16h, na segunda-feira (24), ela já não tinha água. "Isso sempre aconteceu por aqui, mas antes começava umas 22h30, depois 19h, e agora já no começo da tarde", conta.

A posição da Sabesp

Samanta Souza, diretora de relações institucionais e sustentabilidade da Sabesp, explica que o crescimento populacional na zona sul tem sobrecarregado a tubulação que retira água da represa de Guarapiranga, responsável pelo abastecimento na região. "Se um duto foi projetado para atender mil residências, ele vai ter problemas quando a demanda cresce muito", afirma. Ela acrescenta que esse problema se agrava em períodos de clima quente e seco, quando o consumo de água aumenta.

A Sabesp anuncia que está investindo R$ 55 milhões em obras para melhorar o abastecimento de água e planeja a operação de três novas estações de tratamento, um reservatório e uma nova central de bombeamento até março, com o objetivo de atender melhor os moradores de São Paulo e da Grande São Paulo.