Moradores da zona sul de SP enfrentam problemas com água
26/02/2025, 09:46:56Problemas de qualidade da água
Moradores da zona sul de São Paulo relatam que estão recebendo água com coloração escura e mau odor em suas torneiras. As reclamações ocorrem em várias regiões, incluindo Santo Amaro, Capão Redondo, Interlagos, Cidade Dutra, Vila São José, Cidade Ademar e Grajaú. Muitos afirmam que esse problema começou a ser notado desde dezembro do ano passado.
De acordo com os relatos, a água que sai das torneiras apresenta colorações que variam entre amarelada, esverdeada e marrom, e seu odor assemelha-se ao de enxofre. Isso tem gerado preocupação e desconforto entre os moradores.
Declarações de moradores
"Parece que vem direto da represa para a torneira, sem tratamento nenhum", desabafa Joelma Gomes, 33, moradora da Vila Natal, no Grajaú. Sua vizinha, Lucrécia Freitas, 42, também expressa sua preocupação, relatando que, ao tomar banho, tem sentido coceira e seu filho, de seis meses, desenvolveu dermatite.
No Capão Redondo, Isabella Seglio, 26, constata que a água está saindo suja de sua torneira e, por isso, passou a comprar água em galões.
Demora de atendimento da Sabesp
Moradores de vários bairros afetados compartilham suas experiências em grupos de redes sociais e reclamam da demora da Sabesp, responsável pela distribuição de água, em atender às solicitações de vistoria.
Além disso, muitos enfrentam a falta d'água na região. Em um relato, Gabriel Freitas, 23, do Parque Alto do Rio Bonito, revela que a água em sua residência acaba logo no início da noite e só volta após as 6h da manhã. Surpreendentemente, sua conta de água aumentou 400% em comparação ao mês passado, saltando de R$ 120 para R$ 480.
Isabella Seglio também declara estar lidando com desabastecimento no Capão Redondo. Às 16h, na segunda-feira (24), ela já não tinha água. "Isso sempre aconteceu por aqui, mas antes começava umas 22h30, depois 19h, e agora já no começo da tarde", conta.
A posição da Sabesp
Samanta Souza, diretora de relações institucionais e sustentabilidade da Sabesp, explica que o crescimento populacional na zona sul tem sobrecarregado a tubulação que retira água da represa de Guarapiranga, responsável pelo abastecimento na região. "Se um duto foi projetado para atender mil residências, ele vai ter problemas quando a demanda cresce muito", afirma. Ela acrescenta que esse problema se agrava em períodos de clima quente e seco, quando o consumo de água aumenta.
A Sabesp anuncia que está investindo R$ 55 milhões em obras para melhorar o abastecimento de água e planeja a operação de três novas estações de tratamento, um reservatório e uma nova central de bombeamento até março, com o objetivo de atender melhor os moradores de São Paulo e da Grande São Paulo.