ONU reafirma compromisso com a Ucrânia em votação
25/02/2025, 06:37:39Assembleia-Geral da ONU e o apoio à Ucrânia
Na última segunda-feira (24), a Assembleia-Geral da ONU reiterou com firmeza seu apoio à integridade territorial da Ucrânia, um marco importante diante da invasão russa que completa três anos. Essa votação representou uma derrota para os Estados Unidos, que não conseguiram aprovar um projeto de resolução que pedia um fim imediato ao conflito sem levar em conta a soberania ucraniana.
O projeto de resolução proposto pelo governo de Donald Trump visava uma solução rápida, mas não mencionou a integridade territorial da Ucrânia. O documento passou por diversas alterações, resultando na abstenção dos EUA nesta votação. O apoio da Assembleia se concretizou com 93 votos a favor, 18 contrários, incluindo os de EUA e Rússia, e 65 abstenções, onde estavam Brasil, Argentina e Cuba.
A resolução e suas demandas
A resolução adotada destaca a urgência de encerrar a guerra ainda em 2023 e reafirma as exigências anteriores de cessar-fogo imediato por parte da Rússia e de retirada de suas tropas. Mariana Betsa, vice-ministra ucraniana das Relações Exteriores, enfatizou antes da votação que "nenhum país está seguro se uma agressão é justificada e a vítima é culpada por sua resiliência e desejo de sobreviver".
Impacto político do voto
Essa votação representa um retrocesso para a política proposta por Trump, que buscava negociar diretamente com a Rússia e deslegitimar o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. Também é um triunfo para as nações europeias, que se preocupavam com as aproximações dos EUA ao governo russo durante a administração de Trump.
Detrimentos da proposta dos EUA
O rascunho original da proposta americana lamentava a perda de vidas no conflito e reiterava o propósito da ONU de manter a paz, além de buscar uma resolução pacífica para a disputa. Contudo, emendas propostas pelos países europeus adicionaram referências ao caráter da invasão russa e à necessidade de uma paz justa e abrangente, em conformidade com a Carta da ONU.
Desafios diplomáticos e o futuro da votação
Com o calendário marcando o terceiro aniversário da invasão, o apoio à Ucrânia, que anteriormente tinha obtido 140 votos em favor de sua soberania, caiu significativamente. O Conselho de Segurança da ONU continua paralisado pelo poder de veto da Rússia, o que agrava ainda mais os desafios na busca por uma solução para o conflito. A votação que ocorreu nesta semana deixa os delegados europeus em uma posição delicada, já que para ser aprovada, uma resolução no Conselho deve ter o voto de pelo menos nove dos 15 membros sem vetos dos países permanentes.
Audiência internacional e a repercussão
Um oficial do Departamento de Estado dos EUA já anunciou que o país vetará qualquer emenda futura relacionada ao assunto. Trump, por sua vez, afirmou que a guerra poderia ser resolvida "em algumas semanas", enquanto Macron clamou por uma inclusão da Ucrânia nas negociações de paz durante um encontro na Casa Branca.
A situação se complica ainda mais com a postura do embaixador da Rússia na ONU, que criticou o desejo de Zelenski por paz, afirmando que o presidente ucraniano "não está interessado em ter paz em seu país porque está se agarrando ao poder".
Conclusão
A Assembleia-Geral da ONU reafirma seu compromisso em manter o apoio à Ucrânia em meio a tensões crescentes. Essa nova resolução não é apenas uma questão de política externa, mas uma afirmação dos direitos e da soberania de um país que luta por sua integridade. É vital que continuemos acompanhando o desenrolar dessa situação delicada, que pode ter repercussões significativas para a segurança global.
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