Cid revela espionagem de juiz do TSE a Moraes
22/02/2025, 13:30:05Descobertas reveladoras sobre a espionagem
A confirmação vem de um dos vídeos da delação, cuja confidencialidade foi removida nesta quinta-feira (20). O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelou em depoimento que o ministro Alexandre de Moraes foi sob monitoramento de um juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante 2022. Naquele período, Moraes também liderava a Justiça Eleitoral. Esta informação subsiste em um dos vídeos da delação, cujo sigilo foi retirado após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusar Bolsonaro e mais de 30 pessoas em um inquérito relacionado ao golpe.
O depoimento de Mauro Cid
No início do depoimento, Moraes, que presidiu a delação, questionou Mauro Cid sobre seu entendimento das ações realizadas para monitorá-lo. Cid afirmou que seguiu orientações de Bolsonaro e repassou a ordem de obter informações sobre Alexandre de Moraes. "Solicitei ao coronel Câmara [um dos denunciados]. Não sei quem era o contato dele. Nunca perguntei. O que eu sei era aquele ministro, aquele elemento do TSE", disse o tenente-coronel.
Identificação do juiz responsável
Após a confirmação de Cid, o próprio Moraes pediu a palavra e esclareceu que o juiz já havia sido identificado, mas seu nome permaneceu anônimo até o momento. Moraes declarou: "Não é um ministro, é um juiz que nós identificamos".
Motivações por trás da espionagem
Na quarta-feira (19), a eliminação do sigilo de outros depoimentos escritos também revelou que Moraes foi alvo de monitoramento em outras ocasiões. Quanto à determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro para acompanhar o ministro, Cid indicou que um dos motivos envolvia informações de que o general Mourão estava se reunindo com Moraes em São Paulo.
A denúncia da PGR
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) alegava não apenas o monitoramento de Moraes, mas que Bolsonaro estava ciente e concordou com ações que visavam assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, descreveu o plano, denominado "Punhal Verde Amarelo", que foi elaborado e apresentado ao então presidente da República.