Projeto de lei proíbe contrato com artistas que promovem crime

Projeto de lei proíbe contrato com artistas que promovem crime

Foi protocolado na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) um projeto de lei que tenta proibir a contratação com verbas públicas de artistas que fazem apologia ao crime. O PL, que ficou nacionalmente conhecido como 'lei anti-Oruam', tramita também na Câmara Municipal de Maceió.

A iniciativa já ganhou força e propostas semelhantes foram feitas no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte, Amazonas e também no Distrito Federal. Em Alagoas, o texto foi protocolado pelo vereador Thiago Prado (PP) no dia 31 de janeiro na Câmara e, nessa terça-feira (18), na ALE. O texto prevê que a administração pública municipal não poderá contratar, apoiar ou patrocinar shows e eventos que tenham conteúdos que incentivem práticas criminosas.

O projeto faz referência ao rapper Oruam, que coleciona quase 9 milhões de seguidores no Instagram e é o dono do hit mais ouvido do Spotify. Oruam tem no seu repertório músicas que falam sobre ostentação, sexo e o fato de ele ser filho do traficante Marcinho VP.

“O crime organizado e o tráfico de drogas são problemas graves que impactam diretamente a segurança da população. Não podemos permitir que o poder público financie artistas que enaltecem essa realidade. Essa contradição precisa acabar”, disse o vereador Thiago Prado.

O projeto de lei agora aguarda ser deliberado pelo plenário para tramitação na CCJ, onde será analisado pelas comissões responsáveis antes de ser votado pelos vereadores, ainda sem data prevista.

Quem é Oruam?

Aos 25 anos, Mauro Davi dos Santos é figura carimbada nos festivais, já se apresentou no Lollapalooza e Rock in Rio. Ele tem mais de 13 milhões de ouvintes só no Spotify e se firmou de vez como um dos rappers mais promissores do trap.

Oruam é filho de Marcinho VP, preso por assassinato, formação de quadrilha e tráfico, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho. O cantor tem uma tatuagem em homenagem ao pai e também ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.