Indiciados pela PF ficam fora de denúncia da PGR
20/02/2025, 06:32:33Indiciados que não foram denunciados
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foi um dos nomes indiciados pela Polícia Federal, mas não recebeu denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, nesta terça-feira (18).
Outro indiciado que ficou de fora foi o influenciador argentino Fernando Cerimedo, conhecido por suas lives contra as urnas em 2022. A mesma situação se aplica a quatro coronéis, sendo que dois são da reserva. Três deles eram suspeitos de ter um papel na elaboração de uma carta que pressionava a cúpula das Forças Armadas a realizar um golpe contra Lula.
O ex-assessor de Bolsonaro, Tércio Arnaud Tomaz, também não foi denunciado. Ele foi apontado como líder do denominado "gabinete do ódio", além do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, mencionado na investigação como parte do núcleo jurídico do esquema golpista.
Conforme a lista de indiciados pela PF no fim de 2024, um total de 40 indivíduos foi considerado. Agora, apenas 34 nomes constam na denúncia da PGR. Paulo Gonet optou por não denunciar 10 pessoas da lista de suspeitos apresentada no final do ano passado, mas incluiu um coronel que não estava anteriormente listado e três outros indivíduos que já haviam sido indiciados, como Silvinei Vasques, ex-chefe da PRF (Polícia Rodoviária Federal), além de outros dois policiais federais.
Detalhes sobre os indiciados
Valdemar Costa Neto: Como presidente nacional do PL, Valdemar foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo durante a apuração da tentativa de golpe. Isso impediu que ele mantivesse contato com Bolsonaro. A investigação coloca Valdemar em um suposto "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral\. A PF afirma que Valdemar "financiou, divulgou perante a imprensa e endossou a ação judicial que corroborava a atuação da rede de 'especialistas' que subsidiaram 'estudos técnicos' que comprovariam supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2022".
Alexandre Castilho Bitencourt da Silva: Coronel do Exército, foi indicado pela PF como um dos responsáveis pela carta que pressionava as Forças Armadas a dar um golpe contra Lula.
Anderson Lima de Moura: Também coronel do Exército e semelhante ao caso de Alexandre, ele foi apontado pela PF como um dos articuladores da mencionada carta.
Carlos Giovani Delevati Pasini: Coronel da reserva do Exército, igualmente mencionado como um dos que articularam a carta de pressão.
Laercio Vergilio: Coronel da reserva, atuou para incitar o golpe, afirmando em depoimento que a prisão de Alexandre de Moraes era necessária para a "volta da normalidade institucional".
Aparecido Andrade Portella: Tenente da reserva, foi mencionado em um relatório da PF sobre a trama golpista como um dos intermediários dos manifestantes que solicitavam um golpe de Estado durante o governo Bolsonaro. Ele é suplente da senadora Tereza Cristina (PL-MS), que foi ministra da Agricultura na gestão do ex-presidente.
Fernando Cerimedo: Influenciador argentino que começou a realizar lives e publicações após a vitória de Lula no segundo turno das eleições, alegando fraudes nas eleições brasileiras.
José Eduardo de Oliveira e Silva: O padre foi mencionado como parte do núcleo jurídico do esquema golpista e tem vínculos com pessoas e empresas envolvidas em notícias falsas.
Tércio Arnaud Tomaz: Ex-assessor de Bolsonaro, chegou a ser considerado o cérebro do "gabinete do ódio", que disseminou fake news a favor do governo Bolsonaro. A PF apreendeu seu telefone em uma operação que ocorreu na casa de Bolsonaro em Angra dos Reis (RJ).
Amauri Feres Saad: Advogado que participou das discussões sobre a minuta golpista, segundo a PF. Ele foi sinalizado por Mauro Cid como uma das pessoas que apresentaram um documento requisitado por Bolsonaro, abordando uma série de considerandos -, uma coleção de momentos em que, segundo o ex-presidente, a Justiça interveio ilegalmente em seu governo.
Esses eventos inspiraram debates acalorados e refletiram o clima político do Brasil nos últimos anos. Muitos se perguntam como o futuro se desenhará após esses indiciados pelo PF.