Bolsonaristas rebatem denúncia da PGR contra Bolsonaro
20/02/2025, 16:34:13Denúncia da PGR: Reações dos Parlamentares
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que o ex-chefe do Executivo federal liderou as articulações para dar um golpe de Estado. Em resposta a essa declaração, parlamentares aliados de Jair Bolsonaro criticaram a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira, 18.
Deputados e senadores bolsonaristas usam seus discursos para questionar a fundamentação da denúncia que caracteriza Bolsonaro como o protagonista de um movimento golpista. O líder da Oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), por exemplo, declarou que a acusação "carece de fundamentação jurídica sólida" e pediu um exame mais justo da imparcialidade e isenção da PGR.
"É imperativo destacar que tal denúncia carece de fundamentação jurídica sólida e parece estar alicerçada em interpretações subjetivas, desprovidas de evidências concretas que sustentem as graves acusações imputadas", afirmou Zucco.
A defesa intransigente do ex-presidente foi reforçada por Zucco, que prometeu que a oposição continuará "vigilante e atuante" para garantir que Bolsonaro não seja alvo de uma "perseguição política disfarçada de procedimento legal". A liderança da Oposição reafirma o apoio ao ex-presidente, ressaltando que ele sempre respeitou a Constituição.
A deputada Caroline de Toni (PL-SC), líder da Minoria na Câmara, também se manifestou, indicando que, na sua visão, as provas apresentadas pela PGR são de natureza política, não jurídica. Segundo ela, o processo que envolve Bolsonaro e sua relação com as investigações policiais é mais uma tentativa de silenciar o líder político.
Ela declarou: "A perseguição política no Brasil tem patronos - e todos sabem quem são. Hoje, o maior líder deste País torna-se formalmente vítima da ditadura. Um processo cujos fundamentos são claramente políticos demonstra que o Estado Democrático de Direito não passa de letra morta."
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) acrescentou que a denúncia da PGR ressalta a necessidade de aprovar um projeto de lei visando a anistia para aqueles que foram condenados pelos atos ocorridos no dia 8 de janeiro. A insistência por esse projeto reflete a preocupação do grupo em proteger os que, segundo eles, defenderam uma causa justa.
"A denúncia da PGR contra o ex-presidente Bolsonaro só reforça a necessidade de aprovarmos a anistia. O Brasil não pode permitir que a perseguição política se torne arma contra aqueles que apenas expressaram sua indignação e lutaram por um país mais justo", afirmou Zambelli.
Por outro lado, a denúncia da PGR, que classifica Bolsonaro como líder de uma organização criminosa, sugere que suas ações estavam conectadas a um esforço autoritário. O ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, também foi mencionado e encontra-se em prisão preventiva.
Um dos trechos da denúncia afirma: "A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático".
A defesa de Braga Netto reagiu à denúncia, chamando-a de "fantasiosa" e pediu que o ex-ministro tenha um acesso amplo aos autos do caso, além de um julgamento justo. Segundo os advogados, a situação da prisão e as denúncias envolvem questões que ainda precisam ser esclarecidas na justiça.