Dengue: capitais mantêm faixa etária da vacina

Dengue: capitais mantêm faixa etária da vacina

Vacinação contra dengue nas capitais brasileiras

Apesar da autorização do Ministério da Saúde para a ampliação da faixa etária para uso das vacinas contra a dengue, pelo menos 11 capitais decidiram não alterar o esquema prioritário de vacinação. Entre as cidades que seguirão com a faixa etária restrita estão: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Natal, Porto Velho, Recife, São Paulo, Salvador e Vitória.

A justificativa das prefeituras é a ausência de doses que estão prestes a vencer nas próximas semanas. Assim, a vacina continuará sendo aplicada apenas em adolescentes de 10 a 14 anos nessas cidades. Por outro lado, o Rio de Janeiro já havia ampliado sua faixa etária em janeiro, permitindo a vacinação para jovens de 10 a 16 anos.

No caso de Porto Velho, capital de Rondônia, é importante ressaltar que todas as doses recebidas já foram aplicadas. A prefeitura local informou que a falta de estoque foi comunicada ao Ministério da Saúde, que "prometeu reabastecimento em breve".

Em Aracaju, as vacinas estão em número reduzido. Até agora, foram aplicadas 19.488 doses de um total de 20.327 disponíveis, restando aproximadamente 800 vacinas em estoque. Essa cidade possui a maior cobertura vacinal entre as capitais que enviaram dados à Agência Brasil, atingindo 69,9% com base na primeira dose.

Já em Vitória, no Espírito Santo, a primeira fase de imunização alcançou mais de 66% do público-alvo. Em contrapartida, em Belém, no Pará, a situação é preocupante, com apenas 10,63% do público-alvo tendo recebido a primeira dose, o que representa menos de 9 mil pessoas.

O esquema de vacinação contra a dengue tem como objetivo a aplicação de duas doses, com um intervalo de três meses entre a primeira e a segunda dose. No entanto, esse tem sido um desafio em diversas capitais. Em Salvador, mais de 95 mil vacinas foram administradas, mas apenas cerca de 27 mil crianças e adolescentes completaram o esquema vacinal, o que representa aproximadamente 12% do público-alvo.

A situação em Natal, no Rio Grande do Norte, é semelhante, com quase 20 mil pessoas recebendo a primeira dose do imunizante e mais de 10 mil ainda não tendo comparecido para a segunda. Em Belo Horizonte, Minas Gerais, a diferença é ainda mais acentuada: mais de 100 mil vacinas foram aplicadas como primeira dose, enquanto menos de 37 mil receberam a segunda dose. A cobertura vacinal atual é de 45% para a primeira dose e 16,35% para a segunda dose.

A disparidade na cobertura vacinal é notável também no Recife, onde a primeira dose permanece muito abaixo do ideal, com apenas 24,8% e 6,5% considerando o esquema vacinal completo.

As duas maiores cidades do Brasil apresentam índices semelhantes. No Rio de Janeiro, quase 240 mil doses foram aplicadas, no entanto, apenas cerca de 68 mil crianças e adolescentes estão totalmente imunizados, o que corresponde a 20% do público-alvo. Em São Paulo, mais de 274 mil primeiras doses foram aplicadas, representando 40,91% da meta, mas menos de 140 mil pessoas completaram o esquema vacinal.