PM-SP é considerada a força policial mais perigosa do mundo
18/02/2025, 06:37:00O Relato Alarmante da Imprensa Internacional
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Em uma reportagem impactante publicada no último domingo (16), o jornal britânico The Sun descreve a Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) como a "força policial mais perigosa do mundo". Esta declaração vem à tona em um contexto de crescente violência e um aumento alarmante em assassinatos relacionados à atuação policial.
"Mães encontram seus filhos mortos a tiros nas ruas por policiais e suspeitos são atirados de pontes em vez de serem presos. Esta é a realidade atormentadora da vida sob uma força policial desonesta", destaca a matéria, sublinhando o clima de medo e insegurança que permeia a sociedade.
O Papel da Nova Administração
A reportagem também faz uma crítica dura ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), ressaltando que sua gestão estaria associada a um aumento no número de mortes. "Desde sua chegada, os policiais desencadearam violência descarada nas ruas - que já estavam cheias de problemas sociais", afirma o jornal.
Ao mencionar Tarcísio de Freitas, o The Sun o caracteriza como um "ex-soldado populista e linha dura eleito governador de São Paulo em janeiro de 2023", elogiando-o como um potencial candidato presidencial para 2026. Destaca ainda sua postura contra o uso de câmeras corporais pela polícia, um aspecto crucial no debate sobre a transparência e a responsabilização nas forças de segurança.
A Imagem do Secretário de Segurança Pública
Outra figura central na reportagem é Guilherme Derrite, o secretário de Segurança Pública do estado. O jornal menciona que Derrite possui uma "reputação assustadora", sendo ex-integrante da ROTA, um batalhão da polícia militar conhecido pelo seu rastro de mortes. "Ele foi investigado anteriormente por 16 mortes durante operações da ROTA nas quais estava envolvido", relata o artigo.
Casos Recentes de Violência Policial
O The Sun relata vários incidentes preocupantes, como a morte de Gabriel Renan da Silva Soares, sobrinho do rapper Eduardo Taddeo, que foi morto com onze tiros disparados por um policial militar de folga em frente a um supermercado. Outro caso mencionado é de um jovem jogado de uma ponte por policiais, um ato que foi documentado por uma testemunha, mostrando a brutalidade da ação policial.
Os Números que Falam por Si
Os dados apresentados corroboram as alegações da matéria. A reportagem revela que, entre janeiro e setembro de 2024, a polícia paulista matou 496 pessoas, em contraste com apenas uma morte registrada pela polícia em Londres nesse mesmo período. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo defendeu suas ações, afirmando que reitera seu compromisso com a legalidade e a responsabilização de eventuais desvios de conduta.
A Comparação Nacional
É importante frisar, no entanto, que apesar da gravidade das acusações, a polícia de São Paulo não é a mais letal do Brasil. Conforme os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, a polícia da Bahia lidera com 1.620 mortes registradas por policiais militares em 2023. Em comparação, São Paulo registrou 353 mortes em serviço e 104 fora de serviço.
Contexto da Violência Policial no Brasil
Está claro que a problemática da violência policial no Brasil é complexa e multifacetada. Enquanto a SSP de São Paulo se compromete a investigar todas as mortes decorrentes de intervenções policiais, a questão da impunidade e a falta de elucidação de homicídios continuam a ser desafios significativos para a segurança pública no país.
A realidade da violência policial é um tema que merece ser debatido com urgência, mesmo à luz das promessas feitas por autoridades e gestores públicos. Com a morte de tantos indivíduos, é imperativo que a sociedade civil, juntamente com as instituições, busquem por um controle democrático das atividades policiais.
Conclusão
A percepção da Polícia Militar de São Paulo como uma força desonesta e perigosa traz à tona questões críticas sobre a segurança pública no Brasil. É essencial uma discussão mais ampla que envolva não apenas as vítimas, mas também as propostas de reforma e mudança nas práticas de policiamento. Apenas assim poderemos avançar na construção de uma sociedade mais justa e segura.