Trump exige devolução de US$ 9 milhões da Reuters
14/02/2025, 06:45:04Controvérsia envolvendo Trump e Reuters
Donald Trump afirmou que a Reuters teria recebido US$ 9 milhões do Pentágono para supostamente promover \"fraude social em larga escala\", mas não detalhou o que isso implica.
Na quinta-feira (13), o ex-presidente dos Estados Unidos e Elon Musk exigiram que a Reuters \"devolvesse imediatamente o dinheiro\" em um contrato firmado em 2018, durante o primeiro mandato de Trump. Em sua rede social Truth, Trump mencionou que a \"Reuters radical de esquerda\" teria recebido esse montante, e pediu: \"Devolvam o dinheiro aos contribuintes agora!\"
Musk, por sua vez, também se manifestou em sua plataforma X, alegando que a Reuters foi paga com milhões de dólares do governo dos EUA para \"fraude social em larga escala\". Ele republicou o post de um usuário que mostrou uma imagem do registro do contrato, encerrado em 2022, no sistema de gastos públicos.
Defesa da Reuters e do contrato
A Reuters afirmou, por meio de sua divisão Thomson Reuters Special Services, que o contrato se destina a serviços de defesa e não está relacionado à produção de notícias, que é a área pela qual a empresa é mais conhecida. Em resposta a Bloomberg, a agência disse que Trump e Musk tentam confundir a opinião pública sobre a natureza do acordo.
O termo \"fraude social em larga escala\" (LSD, em inglês) refere-se a mecanismos de combate contra fraudes e gerenciamento de riscos em sistemas eletrônicos, utilizado em contratos do governo.
Ações de Musk e o Departamento de Eficiência Governamental
Elon Musk, indicado por Trump para liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge), criticou a forma como a Reuters anunciou cortes que, segundo ele, eram baseados em ideologia em vez de análise técnica. O Doge tem como objetivo reduzir gastos públicos, e a pressão para cancelar assinaturas como a da Reuters parece estar se intensificando.
Críticas à imprensa
Trump não poupou críticas à imprensa como um todo, afirmando que muitos veículos, como o Politico e o The New York Times, estariam recebendo pagamentos indevidos sem prestarem os devidos serviços. Na semana anterior, ele propagou informações falsas sobre desvios de milhões de dólares para a chamada \"imprensa fake news\", alegando que o Politico teria recebido R$ 8 milhões. O sistema de gastos públicos, USA Spending, mostrou que o valor foi destinado a assinaturas e serviços especiais.
A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que os \"mais de US$ 8 milhões em recursos públicos\" não seriam mais usados para assinaturas do Politico. \"A equipe Doge está trabalhando para cancelar esses pagamentos agora\", afirmou.
Outro desentendimento com a mídia
Em outra situação polêmica, na terça-feira (11), a Casa Branca barrou o acesso da Associated Press a um evento após a agência se recusar a alterar o seu manual de redação para se referir ao golfo do México como golfo da América. Segundo a AP, essa decisão foi uma tentativa de punir a agência por seu jornalismo independente.