As superatividades desmontando o mérito da competência

Oscar Niemeyer não se enquadraria nesse mundo de tantos afazeres ao mesmo tempo para não perder a sua genialidade.

As superatividades desmontando o mérito da competência

Tendo observado os últimos acontecimentos que cercam as vidas de todos, incluindo as nossas, chega-se à conclusão que não basta sermos competentes, temos que ser polivalentes e concomitantemente, senão vejamos:

O botafogo teve que disputar o Campeonato Carioca, o Campeonato Brasileiro, a Libertadores das Américas e o Mundial de Clubes. Para se atingir tais conquistas em um mesmo ano, teria que ter no mínimo três grandes equipes de craques prontos.

Conseguiu duas, e foi literalmente assassinado em sua terceira tentativa.

O Penedense está disputando o Campeonato Alagoano, a Copa Alagoas e a Série D que se avizinha. Isso com uma equipe titular e uma reserva a enfrentar jogos às quartas-feiras e aos domingos, treinamentos e o departamento médico fazendo milagres para manter atletas em campo.

Assim caminha o mundo moderno exigindo dos profissionais exercerem três ou quatro atividades para viverem dignamente. O engenheiro em cinco obras, o médico em quinze plantões, mais o consultório e as cirurgias, o enfermeiro preferindo plantões que ser servidor público em quaisquer das redes, o professor em cinco escolas, os advogados com cinquenta causas, e assim caminha nova humanidade.

Depois das competência e habilidades todos viraram múltiplos. Daí os enfartos, as ansiedades, as depressões e tudo mais. 

Creditos: Raul Rodrigues