Mulher é cobrada indevidamente em R$ 1,2 bilhão por banco

Mulher é cobrada indevidamente em R$ 1,2 bilhão por banco

Mulher denuncia cobrança indevida de mais de R$ 1 bilhão

Quem não gosta de receber aquele dinheirinho que não estava esperando? A notícia, quase sempre quando chega, é uma grata surpresa. Mas quando o contrário acontece, pode ter uma certeza: o susto é garantido. A auxiliar administrativa de uma empresa em Maceió, Christiane Mirelly Duarte Pereira, passou por essa situação ao perceber que estava sendo cobrada indevidamente por um débito de R$ 1.208.998.312,36 e afirmou "nem conseguia ler os números que tinha".

Ela descobriu a cobrança durante uma noite de diversão no dia 22 de janeiro, quando saiu para um barzinho e, na hora de pagar R$ 165 da conta, o cartão não passou.

“Quando eu fui passar o valor, no meu cartão de débito, que tinha R$ 1.600, não passou. Deu saldo insuficiente. O rapaz do barzinho tentou por três vezes e não passou. Eu resolvi abrir o aplicativo do banco para ver o que estava acontecendo e foi quando eu me deparei com um saldo devedor de R$ 1.2 bilhão, e o meu dinheiro sumiu”, explica Christiane.

A auxiliar administrativa disse que não dormiu a noite inteira após o fato, e que chegou a apagar o aplicativo do banco e reinstalar para ver se o saldo voltava ao normal. Ela entrou com uma ação contra o banco por danos morais e foi ressarcida.

“Entrei pelo constrangimento que passei, na frente dos meus amigos e das outras pessoas que estavam no bar. A minha conta ficou bloqueada, o meu saldo ficou negativo e ninguém soube me informar o que era. O banco restituiu o valor que tinha na conta, me ofereceu um acordo de indenização e resolvi fechar o acordo”, conta Christiane.

Denúncias

O representante do Procon-AL informou que quando esse tipo de situação acontecer, o primeiro passo é procurar a empresa que está fazendo a cobrança indevida. “Caso a empresa não queira resolver, aí sim, o consumidor deve procurar o órgão”.

A advogada Bruna Sales orienta às pessoas a juntarem as provas e elencar quais débitos tiveram na conta ou cartão de crédito, por exemplo. Essas situações podem caber ações por danos morais e materiais.

Em 2024 o Procon-AL registrou 17.500 queixas, muitas delas por cobranças indevidas. Entre as empresas que os consumidores denunciaram estão os bancos, empresas de telefonia, além de contas que já foram pagas e continuam sendo cobradas.

O motorista Cícero José da Silva é uma dessas pessoas. Ele pegou um empréstimo com base no Fundo de Garantia do Trabalhador Social (FGTS) e, agora, o banco está cobrando o valor de R$ 2.139,36.

“Eles [o banco] está falando e não tem explicação. Eu peguei [o empréstimo] com o que eu tinha, não peguei dinheiro deles. Eu estava querendo trocar de carro e não vou poder porque meu nome ficou sujo”, lamenta Cícero da Silva.