Exército de Israel planeja saída voluntária de palestinos de Gaza

Exército de Israel planeja saída voluntária de palestinos de Gaza

Introdução ao plano de saída de Gaza


Na esteira da proposta de Donald Trump para remover os palestinos da Faixa de Gaza, o governo de Israel determinou que o Exército do país prepare um plano para o que chamou de "saída voluntária" da população do território em ruínas.

A medida foi anunciada na quinta-feira (6) pelo ministro da Defesa, Israel Katz, que declarou: "Dei instruções para preparar um plano que permita a saída de qualquer residente de Gaza que deseje, para qualquer país que queira aceitá-los". O plano incluirá opções de saída através de passagens terrestres, além de arranjos especiais para saídas por mar e ar.

Essa proposta foi celebrada por líderes da extrema-direita que apoiam o governo de Binyamin Netanyahu, incluindo o ex-ministro Itamar Ben-Gvir e o titular das Finanças, Bezalel Smotrich.

Reações à proposta


Em entrevista à Fox News, o premiê Netanyahu elogiou a proposta de Trump, que gerou condenação internacional. "Quero dizer, o que há de errado com isso? Eles podem sair e, se desejarem, retornar ou se realocar. Mas é preciso reconstruir Gaza", afirmou.

A ideia é semelhante à abordagem da Casa Branca após os comentários diplomáticos polêmicos de Trump, que sugeriu que os Estados Unidos enviassem tropas para tomar Gaza e transformá-la em uma "Riviera do Mediterrâneo". No entanto, Netanyahu expressou ceticismo quanto ao envio de tropas ou financiamento dos EUA para a reconstrução de Gaza, que enfrenta destruição após os conflitos recentes.

Impacto do conflito e implicações futuras


O conflito resultou em 1.200 mortos no primeiro dia da ação palestina e mais de 47 mil em Gaza nos meses subsequentes, com o cessar-fogo atual iniciado em janeiro. O presidente Lula do Brasil criticou a proposta de Trump, chamando-a de incompreensível e acusando Israel de genocídio em Gaza.

Observadores acreditam que a estratégia de Trump visa forçar negociações a partir de termos maximalistas, pressionando países árabes a participarem ativamente da solução para a Palestina. No entanto, muitos consideram que a proposta reflete uma limpeza étnica, segundo grupos de direitos humanos e a ONU.

Desafios da reconstrução de Gaza


Com aproximadamente 90% dos edifícios de Gaza destruídos, a reconstrução deve durar décadas e exigir investimentos significativos, possivelmente provenientes de petromonarquias do Golfo Pérsico, como o Qatar. O ministro Katz sugeriu que países europeus, como a Espanha, seriam "obrigados legalmente" a aceitar os palestinos, enquanto enfatizava que "a terra dos gazenses é Gaza".

A paz estabelecida entre Israel e os palestinos em 1994, sob os auspícios da ONU, deverá ser reavaliada, uma vez que a Autoridade Nacional Palestina deveria criar um estado na Cisjordânia e em Gaza. Contudo, a colonização israelense da Cisjordânia, acelerada sob Netanyahu, inviabiliza essa solução.

Conclusão


A brutalidade dos eventos de outubro de 2023 deixou marcas profundas em Israel e, enquanto Netanyahu se vê sob pressão nacional e internacional, a proposta de Trump continua a gerar controvérsias. A solução duradoura e pacífica para a questão palestina permanece como um desafio complexo e delicado para a comunidade internacional.