China intensifica críticas às tarifas de Trump e provoca tensão
07/02/2025, 06:33:25
China intensifica sua posição sobre tarifas comerciais
He Yongqian, do Ministério do Comércio, afirmou que as tarifas adicionais de 10% sobre todos os produtos chineses são \"perversas\".
PEQUIM, CHINA - A China não anunciou novas ações de retaliação nesta quinta-feira (6), mas os porta-vozes dos principais ministérios aceleraram a escalada retórica contra o governo de Donald Trump.
Em uma coletiva de imprensa, He Yongqian comentou que, \"diante de atos unilaterais de bullying, [Pequim] vai tomar as medidas necessárias\". A resposta da China reflete a insatisfação com as novas tarifas que vêm sendo aplicadas, justificadas com o \"pretexto do fentanil\".
No âmbito do Ministério do Exterior, Lin Jian destacou que Pequim \"deplora\" as novas tarifas, enfatizando que \"pressionar ou ameaçar a China não vai levar a nada\". Em relação à drogadição, ele ainda acrescentou que \"é um problema para os EUA, sua causa raiz está no próprio país\", sugerindo que a verdadeira solução é \"reduzir a demanda interna por drogas\".
Escalada retórica e novas nomeações
Nesta mesma quinta-feira, Guo Jiakun também se manifestou sobre a proposta de Donald Trump de transformar a Faixa de Gaza em uma \"Riviera\" imobiliária, classificando os movimentos americanos como \"uma lei da selva\" ou \"do mais forte\".
Outro sinal da crescente tensão foi a confirmação de Guo de que o ex-embaixador na França, Lu Shaye, foi escolhido como representante especial de Pequim para Assuntos Europeus. Seu papel será lidar com países europeus e instituições da União Europeia, trazendo sua experiência para \"promover diálogo e cooperação\".
Essa nomeação já havia sido noticiada anteriormente e traz grande expectativa, principalmente pela conduta controversa de Lu, que foi chamado de \"lobo guerreiro\", uma expressão que caracteriza os funcionários chineses que costumam ser mais agressivos em embates públicos.
Lu Shaye e as relações com a Europa
No passado, Lu foi protagonista de um episódio em que afirmou em uma televisão francesa que, \"pela lei internacional, esses ex-países da União Soviética não têm o acordo internacional efetivo para materializar seu status como país soberano\". Ele se referia à Lituânia, que na época estava em uma disputa com a China devido à sua aproximação com Taiwan, resultando na redução de laços comerciais e um distanciamento gradual entre a União Europeia e a China.