Jovens lideram mortes por febre amarela em São Paulo

Jovens lideram mortes por febre amarela em São Paulo

Jovens e a Febre Amarela em SP

O ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.

Em São Paulo, dos cinco mortos por febre amarela em 2025, três eram jovens. Nenhum deles havia se vacinado contra a doença, conforme informações da Secretaria Estadual da Saúde. Em Amparo, um homem de 27 anos, morador da zona rural, foi uma das vítimas. Na cidade de Socorro, dois homens, de 21 e 71 anos, e uma mulher de 25 anos, também faleceram. Uma moradora de Santo André contraiu a doença em Tuiuti e não sobreviveu, ela tinha 62 anos.

Regiane de Paula, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria, expressou sua preocupação: "Estamos trabalhando intensamente desde o final do ano passado, porque já tínhamos localizado os macacos mortos por febre amarela na região de Ribeirão Preto. Então nós intensificamos antes todos os alertas e ações do estado junto aos municípios. Quem não estiver imunizado contra a doença deve tomar a vacina", afirmou.

A Transmissão e Riscos

O ciclo da febre amarela é silvestre, com transmissão através dos mosquitos dos gêneros mencionados. Além de tomar a vacina, a orientação para quem visita parques e áreas de mata durante finais de semana e feriados é usar repelente. Regiane destaca: "As pessoas não vacinadas que forem a áreas de mata para uma trilha ou passeio ou que residam em áreas de matas e chácaras correm o risco de contrair a febre amarela silvestre".

Vale lembrar que, embora os macacos não transmitam a febre amarela, eles também são afetados pela doença. Em caso de encontrar um macaco morto, é essencial avisar a vigilância em saúde do município ou o serviço de zoonoses para a coleta e exames necessários.

Histórico e Alertas

Todo o estado de São Paulo é considerado endêmico para febre amarela desde a epidemia de 2017 e 2018. Em 2025, foram registrados nove casos da doença em território paulista: quatro em Socorro, dois em Joanópolis, um em Tuiuti, um caso em investigação e um caso importado de Itapeva (MG).

Nesta semana, a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e o Ministério da Saúde emitiram um alerta epidemiológico a respeito da febre amarela na região, indicando a possibilidade de disseminação do vírus nas áreas de Campinas, sul de Minas Gerais e Serra da Mantiqueira. Outros estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul, assim como o Distrito Federal, também estão sob risco.

Recomendações de Vacinação

Com a proximidade do Carnaval e outros feriados, aqueles que planejam visitar locais com transmissão da febre amarela devem se vacinar com, pelo menos, dez dias de antecedência. Para crianças menores de cinco anos, a vacina é aplicada em duas doses: aos 9 meses e aos 4 anos. A dose zero pode ser aplicada entre 6 a 8 meses, somente em crianças que residem ou viajarão para áreas com a circulação confirmada do vírus.

Para o restante da população, a vacina é oferecida em dose única, com validade para toda a vida, conforme a recomendação da OMS, de 2017. É importante que pessoas acima de 60 anos realizem uma avaliação médica antes de receber a vacina.

A Secretaria Estadual afirma que os estoques da vacina estão regulares, e dados preliminares indicam uma cobertura vacinal de 73,78% em janeiro de 2025. Em menores de 1 ano, a imunização chega a 80% em São Paulo. A cidade de São Paulo também registrou um aumento na cobertura vacinal nos últimos anos, passando de 73,78% em 2022 para 96,91% em 2024.

É fundamental ressaltar que a febre amarela é uma doença grave e que pode afetar qualquer pessoa. Regiane de Paula conclui: "Em 15% a 20% dos casos, o paciente pode evoluir para uma hepatite fulminante, se tornar um caso grave e morrer".