Investigação aponta atuação da Rússia contra Partido Verde na Alemanha

Vandalismo e suspeitas de interferência eleitoral

Nos últimos meses, a Alemanha enfrentou o vandalismo de ao menos 270 carros em diversas cidades. Inicialmente atribuídos a ativistas ambientais radicais, esses atos começaram a ser investigados como sabotagem financeira pela Rússia.

A descoberta na revista Der Spiegel

Uma reportagem da revista Der Spiegel revelou que a prisão de três homens no sul da Alemanha, em dezembro, levantou a suspeita de que esses atos de vandalismo eram parte de uma estratégia de interferência eleitoral orquestrada por Moscou. A expectativa de uma intensificação dos chamados ataques híbridos foi levantada pelo serviço de inteligência alemão, especialmente após a antecipação das eleições parlamentares de setembro para 23 de fevereiro.

Os impactos da crise política

O final do ano passado foi marcado por uma crise política na Alemanha, com a coalizão do governo de Olaf Scholz desmoronando. Isso levou a uma série de incidentes de vandalismo, que chamaram a atenção das autoridades. Automóveis tiveram escapamentos preenchidos com espuma isolante, e adesivos com slogans como "seja mais verde" e retratos de Robert Habeck, líder dos Verdes, foram colados em diversos veículos.

Atribuições e suas repercussões

Os ataques foram inicialmente atribuídos a ativistas climáticos radicais, ganhando destaque em manchetes de veículos populares, como o Bild. A retórica antiambiental ganhou força no debate eleitoral, especialmente adepta de uma narrativa que responsabiliza Robert Habeck, atual ministro da Economia, por legislações que encarecem o custo de vida.

Os confessos e o financiamento russo

De acordo com a investigação da revista, três homens - um sérvio, um bósnio e um alemão - confessaram estar recebendo 100 euros por carro vandalizado. Supõe-se que o dinheiro provenha de um indivíduo de origem russa estabelecido na Sérvia. A inteligência alemã aponta que, diante da falta de recursos devido à guerra na Ucrânia, Moscou estaria utilizando criminosos comuns para realizar esses ataques, que se enquadram na categoria de sabotagens mais elaboradas.

Além da Alemanha: interferências externas

Os métodos de desestabilização da Rússia não são novidades. Em anos anteriores, Vladimir Putin foi acusado de influenciar eleições na Moldávia, Geórgia e Romênia, sempre visando candidatos e partidos favoráveis à Europa.

Conclusão e considerações finais

Essas revelações levantam questões sérias não apenas sobre a segurança das eleições na Alemanha, mas também sobre as táticas de desestabilização que podem estar sendo empregadas por Moscou em outros locais. O cenário político europeu deve estar alerta para essas intervenções e suas implicações futuras.