Alberto Fernández afirma que ex-esposa era agressora em caso de violência

Alberto Fernández afirma que ex-esposa era agressora em caso de violência

Alberto Fernández e as acusações de violência


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, compareceu ao tribunal no dia 4 de fevereiro no âmbito de um processo de violência de gênero. Ele se defende das acusações de sua ex-companheira, Fabiola Yáñez, alegando ser ele a verdadeira vítima de agressões.

Fernández afirmou em uma carta extensa que durante os momentos de embriaguez de Yáñez, ela se tornava violenta, chegando a atacá-lo fisicamente. "Em momentos de embriaguez, ela se tornava violenta, atacando-me com força singular. Eu só conseguia manter suas mãos longe de mim para evitar seus golpes", escreveu o ex-presidente em um documento de 200 páginas, publicado em suas redes sociais.

O ex-presidente é acusado de "lesões leves duplamente agravadas por terem sido cometidas por meio de violência de gênero e contra sua então parceira", além do crime de coerção por supostamente impedir que as agressões fossem denunciadas. Na carta, ele reafirma que nunca exerceu qualquer forma de violência física, psicológica ou econômica contra Yáñez. "Devo dizer que, se alguém foi agredido no casal, esse alguém fui eu", enfatizou.

Fernández descreve o processo como um "fraude processual sem precedentes" e critica a atuação do juiz e do promotor, acusando-os de limitarem seu direito de defesa. Ele não respondeu às perguntas durante a audiência e teve que ouvir a acusação de ter causado lesões em sua ex-esposa em pelo menos duas ocasiões.

A denúncia contra Fernández foi formalizada em 6 de agosto de 2024, quando a ex-primeira-dama relatou episódios de violência física e psicológica. O promotor afirmou que o ex-presidente teria exercido "sistematicamente violência psicológica" contra Yáñez, em formas diversas incluindo assédio e controle.

Fernández nega todas as acusações, além de acusar Yáñez de falso testemunho. Provas já foram coletadas por parte dos promotores, incluindo fotografias que a ex-primeira-dama enviou à secretária particular do ex-presidente, mostrando hematomas no rosto e corpo. Ambas já prestaram depoimentos ao tribunal.

O caso, se julgado procedente, pode resultar em uma condenação de até 18 anos de prisão para Fernández. O juiz responsável pelo caso, Julian Ercolini, também está investigando outra queixa contra o ex-presidente relativa a suposta fraude de seguro durante seu mandato, que ainda não foi levada a julgamento. No processo anterior, Fernández questionou a imparcialidade do magistrado, e esse pedido permanece sem resolução.

Enquanto a situação se desenrola, a atenção pública gira em torno das alegações, defesas e os eventos judiciais relacionados a esse caso polêmico, que envolve acusações graves e implicações legais significativas.