Sobrevivente da guerra e Chernobyl morre atropelada em Nova York
30/01/2025, 09:30:56Mayya Gil tinha 95 anos e morreu no dia 23 de janeiro, mas notícia só foi divulgada pela família nesta segunda-feira (27)
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma mulher de 95 anos que sobreviveu aos nazistas, ao desastre de Chernobyl e à pandemia de covid-19 morreu após ser atropelada por um carro enquanto atravessava a rua em frente à sua casa em Nova York, nos Estados Unidos. Mayya Gil faleceu no dia 23 de janeiro, mas a notícia só foi divulgada pela família nesta segunda-feira (27). Ela estava atravessando a Cropsey Avenue, em frente ao seu apartamento no bairro do Brooklyn, acompanhada de seu cuidador. Uma van de carga que trafegava pelo local fez uma curva acentuada e atropelou as duas. As informações são do Departamento de Polícia de Nova York. Mayya Gil teve um ferimento na cabeça e foi socorrida para o Hospital Langone da NYU, no Brooklyn. Infelizmente, ela não resistiu aos ferimentos. O cuidador de 54 anos foi internado, mas sobreviveu. Segundo a polícia, ele sofreu alguns ferimentos na perna e foi levado para um hospital em condições estáveis. O motorista da van, um homem de 64 anos, não foi preso, de acordo com a polícia. As autoridades afirmaram que as investigações estão em andamento. As informações foram publicadas pela revista People.
Ela sobreviveu ao desastre de Chernobyl
Mayya Gil é uma sobrevivente da invasão nazista à Ucrânia. Ela também estava presente quando ocorreu o desastre de Chernobyl e enfrentou a pandemia de covid-19. Nascida em Khmelnytskyi, no oeste da Ucrânia, ela se mudou para a capital, Kiev, com a mãe e o irmão quando tinha 12 anos para escapar da invasão nazista, segundo um artigo do New York Times publicado em 2020. Gil conheceu o marido Vilyam em Kiev e teve suas filhas gêmeas enquanto vivia sob o domínio soviético. Após o devastador desastre nuclear de Chernobyl na Ucrânia em 1986, uma das filhas se mudou para Nova York. Seis anos depois, em 1992, o resto da família também viajou para os Estados Unidos. A família escolheu o bairro de Bensonhurst, no Brooklyn, onde se tornaram membros ativos da comunidade no Centro Comunitário Judaico local. O marido de Gil morreu em 2020 após contrair covid-19. Na ocasião, ela contou que o companheiro passou os dois últimos dias de vida no hospital sem que pudesse visitá-lo. "Não me deixaram vê-lo e ele estava fraco demais para dizer qualquer coisa ao telefone", disse Gil ao New York Times. Ela relembrou seu casamento de 68 anos com amor, afirmando: "Éramos como uma só pessoa". A família disse que Gil será lembrada como um pilar da comunidade. "Todo mundo a conhece", disse Lizunova ao site Gothamist sobre a mãe, que também era bisavó de sete filhos. "Ela era uma senhora muito ativa."