Delação de Mauro Cid gera polêmica na PF
28/01/2025, 13:38:29
Delação de Mauro Cid e a posição da Polícia Federal
Em meio a investigações sobre uma trama golpista, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou não haver elementos para indiciar todos os mencionados na delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. Essa declaração ganhou repercussão na mídia e gerou discussões sobre a condução das investigações.
Detalhes da delação
Na primeira delação de Cid, revelada pelo colunista da Folha de S.Paulo, Elio Gaspari, o ex-assessor citou 9 das 40 pessoas envolvidas na suposta trama golpista. Entre os nominados, destacam-se a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que não figuram na lista de indiciados do relatório final.
Em uma entrevista ao programa Roda Viva, Andrei Rodrigues declarou: "No caso concreto, está lá no relatório [final da trama golpista] que não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar de que essas pessoas [Michelle, Eduardo e outros não indiciados] tenham participado".
Comparação com investigações anteriores
O diretor da PF também mencionou um episódio ocorrido em 2016, quando o procurador Deltan Dallagnol apresentou um PowerPoint na Operação Lava Jato. Na apresentação, Dallagnol indicou "14 conjuntos de evidências" que supostamente ligavam o então presidente Lula (PT) ao centro das investigações. Andrei contrastou essa abordagem afirmando: "A Polícia Federal de hoje não faz entrevista coletiva pré-condenando, prejulgando ninguém. Faz investigação isenta, séria e responsável".
Contexto político e controvérsias
A gestão de Andrei Rodrigues à frente da Polícia Federal está marcada por uma estreita relação com o governo e por investigações que frequentemente visam opositores do atual governo. Sua presença constante nas viagens presidenciais tem gerado preocupações sobre possíveis contaminações políticas nas operações da PF.
Em novembro passado, a PF concluiu uma investigação sobre a alegada trama golpista do governo Bolsonaro, indiciando o ex-presidente e outros 39 indivíduos. A delação de Mauro Cid também incluiu referência à suposta participação de Michelle e Eduardo como parte da ala mais radical em possíveis tentativas de golpe.
Conflitos e investigações na PF
Durante a gestão de Andrei, a PF enfrentou conflitos com diversas instituições, incluindo o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o Exército e a PRF (Polícia Rodoviária Federal). Recentemente, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) também foi alvo de investigação devido ao uso de um software suspeito de espionagem, sendo este episódio conhecido como "Abin paralela".
Essa situação é exacerbada pela suspeita de que a espionagem se concentrava na proteção dos filhos de Bolsonaro, o que levanta questões sobre a imparcialidade das investigações em andamento.
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