Celac realiza reunião após tensões entre Trump e Petro

Celac realiza reunião após tensões entre Trump e Petro

Reunião Urgente da Celac


A presidente de Honduras, Xiomara Castro, que é líder de turno da Celac, anunciou a convocação pelo X na noite deste domingo (26). A Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) convocou reunião em caráter urgente de chefes de governo e Estado para discutir migração, horas após as trocas de farpas entre Gustavo Petro, presidente da Colômbia, e Donald Trump, chefe do Executivo dos Estados Unidos.

O encontro está agendado para a próxima quinta-feira (30) e ocorrerá em formato híbrido. Petro confirmou que estará presente em Tegucigalpa, e nesta ocasião, Bogotá assume a presidência da comunidade latino-americana e caribenha.

Em resposta ao Conflito


Perguntado sobre a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Itamaraty não forneceu resposta até o momento da publicação.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste domingo que seu governo impôs sanções à Colômbia após Gustavo Petro se recusar a receber dois voos militares americanos carregando deportados. Trump anunciou diversas medidas contra o país, incluindo a proibição de viagens para membros e apoiadores do governo Petro, além da suspensão de vistos, e prometeu tarifas alfandegárias de 25% sobre mercadorias colombianas, com possibilidade de aumento para 50% em uma semana.

Trump comentou: "Acabo de ser informado que dois voos de repatriação dos EUA, com um grande número de criminosos ilegais, não tiveram o pouso autorizado na Colômbia. Essa ordem foi dada pelo presidente socialista da Colômbia, Gustavo Petro, que é muito impopular entre seu povo".

Na avaliação do presidente americano, a decisão da Colômbia "coloca em risco a segurança nacional e segurança pública dos EUA", o que segundo ele justificaria as sanções impostas. Essas medidas refletem um dos principais temas para o republicano em seu novo mandato: a imigração.

"Essas medidas são apenas o começo. Não permitiremos que o governo da Colômbia viole suas obrigações legais em relação ao retorno de criminosos que eles forçaram contra os EUA", concluiu Trump.

Depois das declarações de Trump, os EUA suspenderam o processamento de pedidos de visto em sua embaixada em Bogotá, em resposta à decisão do presidente Petro. Segundo um porta-voz do Departamento de Estado, os solicitantes receberam notificações, garantindo que os cidadãos americanos não seriam afetados.

Petro também utilizou as redes sociais para responder a Trump, anunciando a aplicação de tarifas como retaliação. Ele afirmou: "Eles me informaram que vocês colocaram uma tarifa de 50% sobre o fruto do nosso trabalho humano para entrar nos EUA; eu faço o mesmo". O presidente colombiano ainda fez referências a eventos históricos entre os dois países em sua resposta, ironizando ao mencionar: "Trump, não gosto muito de viajar para os EUA, é meio chato".

Além disso, Petro se referiu ao caso de brasileiros que foram algemados ao chegar ao país e que alegam ter sofrido agressão e tratamento desumano por agentes de imigração americanos, reiterando que não aceitará deportações em aviões militares.