Apesar dos críticos, defenderei sempre as universidades, mas às vezes fica difícil.

A polêmica performance na Ufal reacende discussões sobre o propósito das instituições acadêmicas e a liberdade de expressão no ambiente universitário.

Apesar dos críticos, defenderei sempre as universidades, mas às vezes fica difícil.

A defesa do papel das universidades como pilares da formação profissional e do fortalecimento da educação sempre foi uma convicção sólida para muitos, incluindo aqueles que, como eu, passaram anos dedicados aos estudos em suas instituições. No entanto, a crítica constante, especialmente vinda de setores mais conservadores da sociedade, frequentemente provoca desconforto. Para mim, é difícil aceitar que indivíduos que nunca vivenciaram a realidade acadêmica se sintam à vontade para deslegitimar o valor das universidades.

Recentemente, essa discussão ganhou novos contornos em Alagoas, com a repercussão de uma performance artística controversa na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O evento, que teve como cenário o ambiente acadêmico, envolveu dois indivíduos, um dos quais se apresentou usando apenas uma máscara, calcinha e salto alto. A situação gerou um clamor social significativo, com muitos alagoanos expressando sua indignação nas redes sociais.

Entre os críticos, destacou-se o vereador Leonardo Dias, um político de extrema direita conhecido por suas opiniões severas sobre o ambiente universitário. Embora suas visões muitas vezes sejam alvo de controvérsia, neste caso, não posso deixar de reconhecer que ele levanta um ponto válido. A natureza da performance e o local escolhido para sua realização levantam questões sobre o que deve ser considerado apropriado em um espaço que deveria ser dedicado ao aprendizado e ao respeito mútuo.

É importante frisar que não se trata de uma discussão sobre homofobia ou cerceamento da liberdade de expressão. Acredito firmemente que todos têm o direito de se expressar e viver de acordo com suas escolhas. No entanto, a universidade deve ser um espaço que prioriza a educação, o diálogo construtivo e a formação de profissionais capacitados para contribuir com a sociedade. Assim, performances que fogem desse escopo podem gerar mais divisão do que unidade, desvirtuando o verdadeiro propósito das instituições acadêmicas.

À medida que a sociedade debate sobre o que é aceitável dentro das universidades, é fundamental que se busque um equilíbrio. O respeito à diversidade deve coexistir com a manutenção de um ambiente propício ao aprendizado e ao desenvolvimento profissional. Afinal, o verdadeiro desafio está em encontrar formas de expressão que enriqueçam a cultura acadêmica sem comprometer os princípios que fundamentam a educação superior.

Creditos: Professor Fábio Andrey