A Roupa do defunto que veste o cadáver sem moral

Quando a carapuça cabe bem sobre a cabeça de outrem, pensam ter sido a inspiração. E é claro que foi, mas de forma abrangente tendo apenas a raiz fincada em alguém.

A Roupa do defunto que veste o cadáver sem moral

Reza a lenda de uma velha e histórica cidade interiorana que determinado ser inescrupuloso, individualista, egoísta, egocêntrico e de anel no dedo ficou conhecido por todos como ladrão de por onde passou, sendo profissionalmente desmoralizado pelo que e como cobra de seus clientes. É, na verdade, um tomador do alheio.

Veste a roupa do defunto e com ela passeia por entre as pessoas sem se dar conta de que todos olham e falam baixinho entre si: "Menino, como ainda tem coragem de se apresentar com a roupa do defunto?" Faz da personalidade de quem rouba não tem empatia.

E, depois de pensar que sua desmoralização acabou e caiu no esquecimento do povo, mostra-se como figura “importante” em movimentos sociais, religiosos, culturais e até políticos. 

O rosto, desfigurado pelo pensamento introspectivo sobre sua própria personalidade, já reflete o que muito bem a psicologia explica: o transfigurar-se por corte de cabelo, uso da barba nunca antes utilizada e óculos escuros que escondem a janela do coração, os olhos, lhe oferece a falsa sensação de segurança.

O antes famoso todo-poderoso cai diante de suas próprias falcatruas, sendo visto por todos como o ladrão até a roupa do defunto. E ele sabe, mas finge que não.

Creditos: Raul Rodrigues