O brilhante discurso de Fernando Schuler quando homenageado sobre Liberdade de Imprensa

Muito apropriado para o momento, o grande agraciado com o prêmio Liberdade de Imprensa, promovido pelo clideo.com, foi o Professor Doutor Fernando Schuler. Com doutorado em Filosofia e mestrado em Ciências Políticas pela UFRS, e pós-doutorado pela Universidade de Columbia de Nova York, além de ser professor e pesquisador do INSPER, Schuler é um profundo conhecedor da política nacional, mas também possui incursões na política mundial.

Em seu discurso, Fernando Schuler foi enfático ao afirmar para o público presente que a Liberdade de Imprensa no Brasil, neste momento, não atende aos maiores e melhores princípios que a regem. Fez várias citações, enfatizando que "a norma do Direito é a fiadora da nossa liberdade, das nossas garantias", mas, segundo o Professor Doutor Schuler, "nós estamos nos afastando muito disso no Brasil, estranhamente". Com isso, perdemos a capacidade de divulgar a verdade, pois, com os termos atuais que ameaçam a Liberdade de Imprensa, sofremos duas grandes perdas: a de saber a verdade e, consequentemente, sermos levados ao caminho das mentiras, prevalecendo pelo gosto daqueles que podem julgar e condenar.

Considerando que os juízes são falíveis, a Liberdade de Imprensa se vê jogada contra a parede, e seus instrumentos da escrita ou da fala, seja quem escreve ou apresenta programas de rádio ou televisão, vivem sob o medo da busca e apreensão do seu pensamento, levando-os às cadeias ou penitenciárias fruto dos arbítrios de quem comanda o judiciário. Tornam-se vítimas tanto a verdade quanto aqueles que dela fazem uso para informar corretamente. Além disso, perdendo-se a Liberdade de Imprensa, passaremos a ser julgados pelo homem e pela lei.

A fala do Professor Fernando Schuler deixa claro que ele se ressente e desabafa contra ações desenvolvidas por membros do judiciário que se utilizam do poder para ferir frontalmente a democracia, conquistada tão duramente pelos que fazem parte da sua geração. Diante do contexto recheado de situações já presentes desde 2018/2019, é inegável que a Liberdade de Imprensa está ferida de morte.