Carnaval penedense em sua essência histórica.
27/01/2024, 02:12:27Para os que discutem a tradição do Carnaval em Penedo, registramos nesse artigo que se levarmos em conta as mais de seis décadas narradas neste registro, é tempo suficiente para se respeitar como tradição. Porém, como elemento que diferencie Penedo das demais cidades, ainda não.
Carnaval é um tema que deve ser bem difundido se rebuscada a sua origem na festa dos santos nos tempos de Roma, quando as máscaras escondiam as identidades das personagens que ocupavam o salão de festa para brindarem e promoverem a liberdade extrema do tudo é possível e permitido.
Adaptado para os demais reinos e depois países, a Festa do Momo tomou os espaços por entre ruas e clubes unindo em um mesmo local e propósito, todas as classes sociais sob um mesmo ritmo por entre euforia e as metamorfoses ou transformações dos desejos mais íntimos e reprimidos de cada um. Assim se pode definir a Festa da Carne e da Bebida nos dias atuais.
Em Penedo, as manifestações tomaram conta da cidade com a mais pura expressão popular por meio de blocos – Zé Pereira do Zé Pintinha, do Fabula, e da Boneca do Vá, atual Boneca Raquel, mantida a duras penas e esforços do amigo e conhecido Herildo Santos Lima. Outras tantas agremiações também ganharam forma por união de moradores de bairros, e, por entre amigos, e, alguns outros blocos desfilaram pelas ruas do Penedo. O Exorcista foi um exemplo nos anos 70/80.
Nos clubes, a Philarmônica sempre foi nos anos de 60/70/80/90 a maior festa realizada por aglutinar em seus quadros de sócios, uma mescla

da maior parte da sociedade penedense. Da média alta, ao mais simples trabalhador que pudesse pagar a joia, espécie de entrada, e as mensalidades com valores acessíveis ao povão. E era na Philarmônica que se realizava a maior festa carnavalesca de Penedo.
O Penedo Tênis Club – PTC – também reunia uma parcela da considerada elite da cidade, mas pelas restrições impostas sob a linhagem dos sobrenomes, nunca foi um clube do povo. Mas mesmo assim realizava o Baile Preto e Branco, com a raiz em suas cores, mas nunca, jamais e em tempo algum, com o sabor e calor dos grandes encontros da Philarmônica.
A Pedra da Arara, a Musical Penedense, o Nacional, o Cruz de Ferro e o América do Oiteiro, depois bairro Senhor do Bonfim, o Santo Antônio no barro vermelho, também realizavam as festas do Momo, em sua maioria das vezes pelo dia, com as chamadas matinês com o propósito de representar as comunidades de cada bairro. E em determinada época, na Diskol na COHAB.
Na Praça Floriano Peixoto – atual Largo do São Gonçalo – a prefeitura mantinha uma orquestra de frevo e marchinhas em seu palanque oficial em frente às Lojas Paulistas, defronte ao Theatro Sete de Setembro, onde nas tardes/noites – até ás 22 horas – acontecia o encontro das Escolas de Samba, Milionários do Samba do Maestro Jorge da Batucada, do Barro Vermelho, e os Amigos do Bairro do bairro do Gabriel, atual Santa Luzia, e, onde o povo por meio dos pequenos blocos, “marcavam o passo”, até a hora da entrada para os clubes que realizavam os bailes carnavalescos.
Atualmente acrescenta-se a esse artigo histórico, a Lavagem do Beco na sexta-feira do Carnaval, e a chegada do Ovo da Madrugada, e dos novos blocos formados por parentes e amigos da cidade.
A pedidos acrescentamos os famosos Reis Momos de Penedo: Wilson Pimenteira, Dermeval Barbosa, Cinho Contador, Beto da Volks, Alcides do Bar, dentre outros.