Carnaval penedense em sua essência histórica.

Para os que discutem a tradição do Carnaval em Penedo, registramos nesse artigo que se levarmos em conta as mais de seis décadas narradas neste registro, é tempo suficiente para se respeitar como tradição. Porém, como elemento que diferencie Penedo das demais cidades, ainda não.

Carnaval penedense em sua essência histórica.

Carnaval é um tema que deve ser bem difundido se rebuscada a sua origem na festa dos santos nos tempos de Roma, quando as máscaras escondiam as identidades das personagens que ocupavam o salão de festa para brindarem e promoverem a liberdade extrema do tudo é possível e permitido.

Adaptado para os demais reinos e depois países, a Festa do Momo tomou os espaços por entre ruas e clubes unindo em um mesmo local e propósito, todas as classes sociais sob um mesmo ritmo por entre euforia e as metamorfoses ou transformações dos desejos mais íntimos e reprimidos de cada um. Assim se pode definir a Festa da Carne e da Bebida nos dias atuais.

Em Penedo, as manifestações tomaram conta da cidade com a mais pura expressão popular por meio de blocos – Zé Pereira do Zé Pintinha, do Fabula, e da Boneca do Vá, atual Boneca Raquel, mantida a duras penas e esforços do amigo e conhecido Herildo Santos Lima. Outras tantas agremiações também ganharam forma por união de moradores de bairros, e, por entre amigos, e, alguns outros blocos desfilaram pelas ruas do Penedo. O Exorcista foi um exemplo nos anos 70/80.

Nos clubes, a Philarmônica sempre foi nos anos de 60/70/80/90 a maior festa realizada por aglutinar em seus quadros de sócios, uma mescla

Carnaval na Filó2.jpg

 da maior parte da sociedade penedense. Da média alta, ao mais simples trabalhador que pudesse pagar a joia, espécie de entrada, e as mensalidades com valores acessíveis ao povão. E era na Philarmônica que se realizava a maior festa carnavalesca de Penedo. 

O Penedo Tênis Club – PTC – também reunia uma parcela da considerada elite da cidade, mas pelas restrições impostas sob a linhagem dos sobrenomes, nunca foi um clube do povo. Mas mesmo assim realizava o Baile Preto e Branco, com a raiz em suas cores, mas nunca, jamais e em tempo algum, com o sabor e calor dos grandes encontros da Philarmônica. 

A Pedra da Arara, a Musical Penedense, o Nacional, o Cruz de Ferro e o América do Oiteiro, depois bairro Senhor do Bonfim, o Santo Antônio no barro vermelho, também realizavam as festas do             Momo, em sua maioria das vezes pelo dia, com as chamadas matinês com o propósito de representar as comunidades de cada bairro. E em determinada época, na Diskol na COHAB.

Na Praça Floriano Peixoto – atual Largo do São Gonçalo – a prefeitura mantinha uma orquestra de frevo e marchinhas em seu palanque oficial em frente às Lojas Paulistas, defronte ao Theatro Sete de Setembro, onde nas tardes/noites – até ás 22 horas – acontecia o encontro das Escolas de Samba, Milionários do Samba do Maestro Jorge da Batucada, do Barro Vermelho, e os Amigos do Bairro do bairro do Gabriel, atual Santa Luzia, e, onde o povo por meio dos pequenos blocos, “marcavam o passo”, até a hora da entrada para os clubes que realizavam os bailes carnavalescos.

Atualmente acrescenta-se a esse artigo histórico, a Lavagem do Beco na sexta-feira do Carnaval, e a chegada do Ovo da Madrugada, e dos novos blocos formados por parentes e amigos da cidade. 

A pedidos acrescentamos os famosos Reis Momos de Penedo: Wilson Pimenteira, Dermeval Barbosa, Cinho Contador, Beto da Volks, Alcides do Bar, dentre outros.

Creditos: Raul Rodrigues