Quanto tempo dura uma mudança de hábito? Desde nascemos, umas três décadas.

Nascemos zerados, recebemos informações e a partir delas formamos as nossas opiniões. Décadas depois é que somos de fato livres

Quanto tempo dura uma mudança de hábito? Desde nascemos, umas três décadas.

Nascemos com a mente completamente vazia. Não trazemos conosco um banco de dados do passado - nenhuma memória ativa - exceto as liberadas pela espiritualidade até os sete anos de idade, ou depois, dependendo da manifestação dos espíritos da outra vida. Portanto, chegamos ao mundo sem informações prévias.

As primeiras e mais impactantes informações chegam até nós por meio da absorção das experiências vivenciadas por nossos pais, familiares e, posteriormente, pela escola, como um método de aprendizado. Tudo o que acumulamos inicialmente é proveniente dos outros. Assim, interiorizamos as visões e hábitos dos mais velhos, incluindo preconceitos, julgamentos, mecanismos de autodefesa e outras características que nos são transmitidas pela proximidade com os relatos e vivências. Somos moldados pelo ambiente que nos cerca.

Mesmo considerando que apenas após os sete anos começamos a verdadeiramente refletir sobre nossos pensamentos, é importante ressaltar que todos eles são, de alguma maneira, dependentes do que nos foi ensinado. Nossos mentores nos moldam através da repetição.

Ao adentrarmos o Ensino Médio, época marcada pela rebeldia e formação da personalidade, continuamos sendo influenciados por quem nos ensina e por quem nos tornamos cópias. Ao ingressarmos na Universidade aos 18 anos, iniciamos uma nova jornada temporal, mas ainda assim extraímos nossas convicções com base no passado construído por outros.

Por volta dos trinta anos, é quando começamos a dar nossos primeiros passos independentes das limitações que nos foram impostas, passando das paredes de taipa para as de alvenaria ao despertarmos para o simples fato de que pensamos, e assim existimos. Não nos limitamos mais à mera repetição.

Portanto, o percurso natural para a maioria das pessoas é que somente após os trinta anos verdadeiramente quebramos os paradigmas que foram impostos por nossa formação, abandonamos hábitos transmitidos por nossos antepassados e abraçamos o pensamento livre, baseado em nossas próprias vivências e aprendizados, adaptados ao contexto atual e mundial. A leitura pode acelerar esse processo de amadurecimento, porém, ainda não é um hábito para muitos.

 

Creditos: Raul Rodrigues