Crônica ao 08 de janeiro

Para quem pensa diferente, meus pêsames por não concordar com a barbárie e truculência do 08 de janeiro e sua condução.

Crônica ao 08 de janeiro

No Brasil, temos o Dia do Fico, o Sete de Setembro, 15 de novembro - dia da Proclamação da República, 1º de Maio - Dia do Trabalhador, todos esses dias, entre outros, que dignificam nossa história com louvor.

No entanto, desde o ano passado, em 2023, o dia 8 de janeiro foi incluído como data no calendário nacional por admiradores de uma ditadura com origens dentro de um grupo insatisfeito com o resultado das urnas. Pensar diferente é um direito, mas defender o que está errado é desrespeitar o direito do outro, especialmente pelos meios da atrocidade e da barbárie que tentaram implantar.

Protestar não deve significar destruir símbolos da república, como o relógio doado pelo governo francês, roubar a Constituição Federal, quebrar vidros e portas, rasgar as cadeiras do Supremo Tribunal Federal ou ameaçar decapitar o Ministro Alexandre de Morais.

Protestar não é atirar extintores em símbolos da república ou invadir o Congresso Nacional - a Câmara dos Deputados Federais e o Senado da República -, ocupando as presidências das Casas Legislativas, subindo em birôs, urinando e defecando dentro dos órgãos representativos dos três poderes.

Protestar não é ser levado para a capital federal para defender o que uma minoria insana e emocionalmente descontrolada imaginava ser um líder, entregue ao comando de um Centrão que tornava o presidente da época um mero fantoche, dominado por quem não foi eleito legitimamente para o cargo de presidente da república.

Protestar não é dar vazão a desejos reprimidos, colocando em risco a saúde sanitária de uma população inteira devido ao negacionismo científico, que é a única base mundial para enfrentar os males letais que têm vitimado centenas de milhões de brasileiros em tempos pandêmicos, desde a Varíola, Febre Amarela, Gripe Espanhola até a chegada da Covid-19.

Protestar deve ser ato fundamentado legal, moral e eticamente, para que as manifestações não ultrapassem as fronteiras do Direito, nem coloquem em risco o direito à vida de outros, e não ameacem a democracia, que é a única forma participativa e de pertencimento de um povo escolher, pela maioria, quem ocupará legitimamente o cargo de presidente e governará o país.

Portanto, o dia 8 de janeiro deve ser excluído como um Ato Cívico no Brasil, pois não merece essa inclusão.

Creditos: Raul Rodrigues