Como se muda a política em qualquer lugar? Mudando a forma e não apenas pessoas.

Seis perdem e seis novos entram. E um já sabe que tem que desistir.

Como se muda a política em qualquer lugar? Mudando a forma e não apenas pessoas.

No Brasil, considerou-se a ideia de mudar a política através da mudança de pessoas. Bolsonaro foi uma aposta. Porém, logo que adentrou a parte mais influente e cara de Brasília, o Congresso Nacional, deparou-se com a força do Centrão, entregue a habilidades astutas e línguas afiadas, que prontamente usurparam seu poder. "Você manda e eu fico, tá ok?"

Entretanto, mudar as pessoas não alterou nada. Em Alagoas, houve substituições de nomes, porém o controle permaneceu nas mãos de quem fez as escolhas; e nada se transformou. Felizmente, em termos de progresso nas estradas e em projetos, continuamos a ser beneficiados.

Penedo tornou-se um caso à parte com a ascensão de Ronaldo Lopes e sua forma de administração e política. Apesar da mudança de nome, o mais significativo foi a abordagem diferente na política, sem introduzir a mesmice dos últimos 24 anos. Quando o nome do presidente da câmara de vereadores era repetido, e olhando pelos interesses do passado, houve derrotas para alguns candidatos substituídos por outros mais “alinhados” ao poder.

Assim, nossa política nunca mudava, era apenas superficialmente alterada. De acordo com o pensamento de alguns cientistas políticos, a renovação é sempre o melhor caminho, mas deve ser realizada obedecendo a critérios que busquem indivíduos mais capacitados, ou considerando o retorno ao parlamento de alguém que, após a experiência adquirida durante a ausência do mandato, tenha reestruturado seus pensamentos e forma de fazer política. Lidar com alguém que já foi ferido pode ser um caminho para melhorar a câmara de vereadores, ao invés de repetir "fracassos ideológicos".

Aqueles que utilizam o cargo de vereador para se beneficiar com favores, empregando afilhados e afilhadas em troca de votos, desejam apenas manter-se no poder, e esse é um péssimo sinal. A política é uma ferramenta para mudar o mundo tanto quanto a educação. Contudo, quando apenas a vida do político é modificada, o povo é esquecido. Um povo esquecido é um povo que sofre.

Creditos: Raul Rodrigues