Penedo perde dentre as suas mulheres, um símbolo do tudo. Morre dona Maria Lucinda Peixoto.

Para quem não sabe, o Galego que lava carros sempre teve em dona Maria Lucinda um forte amparo quando das suas agonias em tempos de chuva ou da falta de carros para ganhar o sustento dignamente.

Penedo perde dentre as suas mulheres, um símbolo do tudo. Morre dona Maria Lucinda Peixoto.

Não possuo o "dom" da hipocrisia para escrever sobre algo que não vivi de perto ou não conheci. No entanto, graças aos meus pais, Major Horácio e Dona Elizete, que escolheram Dr. Roberto Peixoto e Dona Maria Lucinda como padrinhos de minha irmã, Clêonia, desde 1957, sempre ouvi os mais altos elogios a ambos em nossa casa.

Eu os conheci superficialmente, dada a diferença significativa de idade, mas como diz o ditado, "pelos filhos se conhecem os pais". Trabalhando com Lucinda Peixoto na época do Tampinha, pude imaginar o perfil da pessoa que trouxe para Penedo o símbolo da nobreza, contribuindo para o desenvolvimento econômico ao empregar pessoas não apenas em Penedo, mas também na Fábrica da Passagem - Peixoto & Gonçalves - no estado de Sergipe. Roberto José é outro referencial que me permite imaginar a matriarca entre os familiares.

Dona Maria Lucinda era vista como desbravadora e bandeirante por aqueles que a observavam, como parte integrante do empreendedorismo

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 de sua família. Dirigir naquela época era um desafio para as mulheres, e mesmo sendo extraordinário, como demonstrava grande habilidade ao manobrar carros de porte médio ou mesmo grandes, como o Landau de uma série especial do ano de 1979, quando se comemorava o 60º aniversário da Ford no Brasil, mesmo sendo hidramático. Havia à época outras mulheres motoristas, como a Drª. Antonina, e dona Berta, esposa de Guga, funcionário da Fábrica da Passagem.

Como mencionei no início do artigo, não serei hipócrita ao descrever algo que não presenciei. Entretanto, nas poucas vezes em que a vi em eventos oficiais em Penedo, era evidente sua marca de elegância real, a educação nobre, a sutileza dos sábios e a gentileza ao falar.

Se podemos conhecer algo dos pais, através dos filhos, por analogia, posso afirmar que ela deve ter sido uma grande mulher, esposa, mãe, tia, avó, sogra e amiga para aqueles que estiveram mais próximos dela. Compreenda-se que cada classe social possui seu próprio valor e comportamento adequado.

Assim foi e assim será para sempre. Que Deus a acolha pelos seus méritos como ser humano, deixando as boas lembranças da sua existência na vida de cada pessoa que teve o privilégio de conviver com ela.

 

Creditos: Raul Rodrigues