A hegemonia alagoana na política nacional vem do apoio do Exército à inflexão das cabeças

|Nas lides políticas a hierarquia é tão importante quanto a sobrevivência. Desde Nero em Roma que permanecem no poder por tanto tempo

A hegemonia alagoana na política nacional vem do apoio do Exército à inflexão das cabeças

Com o fim da monarquia, a proclamação da República do Brasil trouxe para o centro das atenções as figuras de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto como os dois primeiros presidentes. Este é um fato histórico imutável.

Depois, passamos por tempos de ausência nos governos brasileiros, porém com a presença de deputados federais e senadores em Brasília. No entanto, suas presenças eram discretas.

Durante os governos militares, Divaldo Suruagy foi para Alagoas o que Antônio Carlos Magalhães foi para a Bahia: um aliado e amigo do poder. Habilidoso e perspicaz professor de história, ele trouxe à tona lições de Roma para aqueles dias. Encantava com seus discursos e mantinha fidelidade aos amigos, assim como nos tempos de Roma.

Nos anos 90, Alagoas voltou a ser protagonista de fatos e efeitos políticos com as eleições de Collor para presidente da república, depois Calheiros como presidente do senado, e mais recentemente, Lira como presidente da câmara federal. E tudo isso tem uma única explicação: a flexibilidade mental dos líderes.

Deodoro e Floriano foram presidentes sob o comando do Exército, Fernando Collor cativou pela juventude refletida no vigor de suas palavras e frases impactantes. Calheiros presidiu o senado prestando atenção ao que o presidente da república desejava, obviamente em troca de poderes alinhados. E Lira, pela sua inclinação e alinhamento ao presidente, porém com poderes supremos conferidos pelo Centrão.

O fenômeno da flexibilidade mental é antigo, usado até mesmo por aqueles que podem trair no futuro, ou serem traídos. A política é a arte da traição, mas também da sobrevivência.

Assim, para compreender tanto poder dos alagoanos, é suficiente perceber o quanto de subservientes eles foram ao poder. Tudo pela flexibilidade mental.

Quanto à traição, dizem que Collor traiu o povo com o confisco da poupança, Calheiros traiu Collor durante o impeachment, Lira traiu Bolsonaro assim que Lula venceu, e o futuro pertence a Deus.

Creditos: Raul Rodrigues