Essequibo: Venezuela mobiliza tropas na fronteira com Guiana
28/12/2023, 18:16:11O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (28) que enviará tropas para a fronteira com a Guiana, país vizinho com quem trava uma intensa disputa diplomática por conta do território de Essequibo. A mobilização das tropas ocorrerá, segundo Maduro, em resposta ao anúncio do Reino Unido de que enviará um navio militar à costa da Guiana. Em nota, a presidência venezuelana chamou o movimento britânico de provocação.
A Venezuela afirma ser a verdadeira proprietária de Essequibo, um trecho de 160 quilômetros quadrados que corresponde a cerca de 70% de toda a Guiana e atravessa seis dos dez estados do país. "O chefe de Estado, Nicolás Maduro, ordena a ativação imediata da Ação Conjunta 'General Domingo Antonio Sifontes' (como Maduro chamou a operação), que envolve as Forças Armadas Bolivarianas, sobre o Caribe oriental e a Fachada Atlântica (que correspondem às costas norte e nordeste da Venezuela, ao lado da fronteira com a Guiana), como resposta à provocação do Reino Unido contra a Venezuela", diz o comunicado.
O Ministério da Defesa britânico anunciou na semana passada que enviará o navio de patrulha da Marinha Real HMS Trent para proteger a Guiana, que faz parte da Commonwealth - a comunidade de nações ex-colônias britânicas. A embarcação, segundo Londres, já estava no Caribe para atuar no combate ao tráfico de drogas, mas será desviada para a costa guianesa. Os Estados Unidos, que têm parceria militar com a Guiana desde o ano passado, com foco na crise de Essequibo, anunciaram sobrevoos militares à região.
Em novembro, a Venezuela realizou um referendo sobre a anexação de Essequibo, região maior que a Inglaterra e o estado do Ceará que corresponde à 70% do território guianês mas que a Venezuela alega ser sua historicamente. A consulta pública aprovou a anexação, e, na sequência, Maduro apresentou novos mapas oficiais já com a região contemplada como de seu país.
A mobilização das tropas venezuelanas rompe com o caminho do diálogo que ambos os países traçavam desde que Maduro se reuniu com o o presidente da Guiana, Irfaan Ali, para debater o impasse. O encontro, que aconteceu em São Vicente e Granadinas, país do Caribe, teve participação do assessor especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim.
Após a reunião, o governo da Venezuela disse que os dois países se mostraram dispostos a "continuar com o diálogo" sobre o território. A Venezuela disse ainda que apresentou uma "posição inalterável" durante o encontro, que aconteceu em uma sala reservada do aeroporto da capital do país caribenho, Kingstown.
A reunião foi o primeiro diálogo direto na disputa pelo território de Essequibo após pouco mais de uma semana de escalada no embate, que envolveu referendo, uma ameaça de invasão e a iminência de um conflito armado na fronteira com o Brasil.
*Texto sob supervisão de Cleber Stevani.
A Venezuela afirma ser a verdadeira proprietária de Essequibo, um trecho de 160 quilômetros quadrados que corresponde a cerca de 70% de toda a Guiana e atravessa seis dos dez estados do país. "O chefe de Estado, Nicolás Maduro, ordena a ativação imediata da Ação Conjunta 'General Domingo Antonio Sifontes' (como Maduro chamou a operação), que envolve as Forças Armadas Bolivarianas, sobre o Caribe oriental e a Fachada Atlântica (que correspondem às costas norte e nordeste da Venezuela, ao lado da fronteira com a Guiana), como resposta à provocação do Reino Unido contra a Venezuela", diz o comunicado.
O Ministério da Defesa britânico anunciou na semana passada que enviará o navio de patrulha da Marinha Real HMS Trent para proteger a Guiana, que faz parte da Commonwealth - a comunidade de nações ex-colônias britânicas. A embarcação, segundo Londres, já estava no Caribe para atuar no combate ao tráfico de drogas, mas será desviada para a costa guianesa. Os Estados Unidos, que têm parceria militar com a Guiana desde o ano passado, com foco na crise de Essequibo, anunciaram sobrevoos militares à região.
Em novembro, a Venezuela realizou um referendo sobre a anexação de Essequibo, região maior que a Inglaterra e o estado do Ceará que corresponde à 70% do território guianês mas que a Venezuela alega ser sua historicamente. A consulta pública aprovou a anexação, e, na sequência, Maduro apresentou novos mapas oficiais já com a região contemplada como de seu país.
A mobilização das tropas venezuelanas rompe com o caminho do diálogo que ambos os países traçavam desde que Maduro se reuniu com o o presidente da Guiana, Irfaan Ali, para debater o impasse. O encontro, que aconteceu em São Vicente e Granadinas, país do Caribe, teve participação do assessor especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim.
Após a reunião, o governo da Venezuela disse que os dois países se mostraram dispostos a "continuar com o diálogo" sobre o território. A Venezuela disse ainda que apresentou uma "posição inalterável" durante o encontro, que aconteceu em uma sala reservada do aeroporto da capital do país caribenho, Kingstown.
A reunião foi o primeiro diálogo direto na disputa pelo território de Essequibo após pouco mais de uma semana de escalada no embate, que envolveu referendo, uma ameaça de invasão e a iminência de um conflito armado na fronteira com o Brasil.
*Texto sob supervisão de Cleber Stevani.