Histórias de votações na Câmara de Vereadores de Penedo; quem tem poder manda em quem não tem

A citação quem poder manda em quem não tem, é forte. Porém, mais forte ainda é o próprio poder. Citação literária apenas ilustra o fato com perfeita definição.

Histórias de votações na Câmara de Vereadores de Penedo; quem tem poder manda em quem não tem

Eram os idos de 1970, entre 76/82 quando às vésperas da posse e eleição da presidência do Poder Legislativo penedense, quando murmúrios das ruas indicavam a escolha do vereador eleito, Sebastião Pedro dos Santos, que enfrentaria ao decano Manoel dos Santos – Manoel Soldado – de interesse do prefeito eleito Raimundo Marinho.

Um dos vereadores eleitos foi Aloísio Tavares, empresário do comércio de Penedo, e que se encontrava em Maceió, fazendo tratamento de saúde, razão pela, o seu suplente, Carlos Conde, seria o voto de desempate entre os edis a serem empossados. 

O ardil Raimundo Marinho então acertou em profundo silêncio, a vinda do titular da bancada, Aloísio Tavares, que chegando em carro de Taxi do motorista Calazans, adentrou à sede da Casa de Leis em cadeira de rodas, todavia pelas vias legais, detentor da cadeira como titular e com direito a voto.

Quando Sebastião Pedro dos Santos, viu adentrando ao plenário do Salão de Reuniões Sabino Romariz, não teve outra reação a não ser escorregar cadeira abaixo, ficando tão somente a sua cabeça à vista da assistência. E seu rosto ruborizou por completo. 

Aloísio Tavares então tomou assento à sua cadeira, votou em Manoel Soldado, que fora eleito por maioria de um voto, e depois se despediu com missão cumprida, com destino à residência em Maceió, claro que, depois de receber o abraço fraterno do prefeito recém-empossado, Raimundo Marinho, e seu vice-prefeito, Arivaldo Lopes, cuja a ruptura veio tempos depois. 

Assim caminhou, e por vezes caminha, a política penedense. 

Quaisquer detalhes não relatados deve-se à ética do redator.    

Creditos: Raul Rodrigues