A nossa geração não pode reclamar; 1950 foi a melhor em tudo.
23/12/2023, 09:27:49Por vezes parece-nos sermos repetitivos, mas fazer o que se nada do depois foi melhor? Até as paixões eram de se perder a razão. Fazer o que se o depois foi sempre pior
Talvez quem sabe o descrito abaixo possa questionado e até contradito, pois cada qual tem o seu direito líquido e certo em sua defesa. Aliás, a defesa pode está correta, muito embora, os fatos não derrubem que minha geração viveu.
Quem é da geração de 50 viu pela primeira vez pela televisão o Brasil ser Tricampeão Mundial diretamente da cidade de Guadalajara no México, no estádio de Jalisco, com uma vitória inesquecível por 4 a 1 contra a Itália com Félix; Carlos Alberto Torres (c), Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Pelé, Rivellino e Tostão, técnico Mário Lobo Zagalo, e a adversária com Albertosi; Burgnich, Cera, Rosato e Facchetti; Bertini (Juliano, 84) e De Sisti; Mazzola, Domenghini, Boninsegna (Rivera, 84) e Riva. Técnico: Ferrucio Valcareggi.
Depois por mais duas Copas do Mundo fomos campeões com direito a imagem colorida e replay para se tirar dúvidas.
Assistimos as corridas de Fórmula1 desde os pilotos da família Fittipaldi, com Emerson sendo o primeiro Campeão Mundial de origem brasileira. Vindo depois Nelson Piquet e Ayrton Senna, o maior de todos os tempos com vitórias e ultrapassagens jamais igualadas por outro piloto.
Vimos a Seleção Masculina de Voleibol pela primeira vez ser Campeã Mundial Olímpica, abrindo espaços para a Feminina também chegar aos pódios como primeiro lugar. Campeãs Olímpicas e Mundiais. E de quebra as duplas de Vôlei de Praia que deixaram o Brasil sempre no mais alto dos pódios pelo mundo a fora. Tanto masculina quanto feminina.
Temos o privilégio de também termos vivido os tempos de mudanças de governos como testemunha ocular do que a autocracia militar, a democracia se instalar e pela corrupção desmoronar em credibilidade pela população. Assistimos a governos fortes, até a transição para a forte postura do judiciário.
Assistimos aos maiores clássicos do futebol mundial dentro do Maracanã entre Flamengo e Vasco, Vasco e Botafogo, Fla X Flu, e a estrela solitária enfrentar aos demais com o maior público do mundo em um estádio de futebol. Zico e Roberto Dinamite, faziam tremer o Rio de janeiro nos anos 70/80 e 90.
Assistimos também por transmissão ao vivo aos primeiros clubes brasileiros serem Campeões Mundiais diretamente do Japão, Flamengo, São Paulo e Grêmio como precursores dessas façanhas. Desbravadores do mundo do futebol enquanto times de futebol.
Assistimos às maiores festas de Carnaval de Clubes de Penedo. Philarmônica e os pequenos clubes de bairros, o Zé Pereira do Zé Pintinha, o desfile do Zé Mulher, o medo do Caxixe, e do Papa Figo, como assim era dito.
Assistimos a maior luta de Boxe de todos os tempos; George Foreman contra Muhammad Ali, ao vivo no maior duelo entre os Pesos Pesados do Mundo e com transmissão colorida.
Jogamos bola pelas e ruas e praças, o futebol de salão era com a bola pesada, e o velocípede o melhor dos presentes dos anos 60. Brincamos de pião de goiabeira feito pelo seu Joca da Santa Cruz, chupamos cana e comemos fubá de amendoim.
No Bom Jesus dos Navegantes assistimos às maiores procissões em número de embarcações e de pessoas, o São João tinha fogueiras pelas ruas, milho assado e quentão nas portas das casas.
O vestibular era sem fraudes e a classificação anunciada na Praça Sinimbu em frente à antiga Reitoria, o desfile em Penedo no Centro no sábado seguinte ao resultado.
A Polícia prendia quem estava errado, e a sociedade apoiava porque todo mundo sabe quando uma pessoa está errada. As novas Leis impuseram ao erro o benefício da dúvida.
As três maiores autoridades de uma cidade eram, o Juiz, o Padre e o Delegado. As demais ficavam ocupando cada o seu devido lugar.
Tomar banho na chuva durante o inverno perfeitamente definido a seu tempo, não fazia gripar aos meninos que ainda por cima ficavam em baixo das bicas dos sobrados onde a água se concentrava para cair.
Nossa geração foi a melhor e mais feliz de todas. E se contássemos mais o artigo nunca acabaria.