Palavras aos Beltrão: o topo político é espaço sem oxigênio parte II

Sem oxigênio no topo, tudo o que pensa é em voltar e não como voltar. Se o passado condena nada mais resta a não ser o desespero dos Kamikazes.

Palavras aos Beltrão: o topo político é espaço sem oxigênio parte II

Quando se perde qualquer tipo de poder, seja ele profissional por um erro cometido, seja ele financeiro por um cálculo mal feito, ou até mesmo político por não se auto analisar como o próximo a ser abatido pelo sufrágio popular, e isto o político pressente pelas vozes e olhares das ruas, ele se transforma em uma espécie de *insubsistente.

E é neste momento que tal político em declínio sente-se um Rei sem Trono, muito embora o Trono nunca faça o Rei. Apenas ele se confunde pensando ser o Rei para todo o sempre.

E no caso de uma tentativa de voltar aos Trono, o seu maior algoz – inimigo íntimo – é o seu passado, que o condena ou o liberta dos erros cometidos se assumidos. E deste ninguém escapa por ser a sua história de credibilidade pelos valores praticados entre os seus aliados de sempre quando não os abandona.

A transformação é para todos, porque mesmo os mais fanáticos por transformações e mudanças podem ficar perplexos quando são dispensados. E todos vão ser, embora não importando quem, um dia com certeza irá. Pois este é um resumo do benefício real sendo tão certo quanto a divisão dos dias por entre noites. Nada muda neste contexto.

E a medida que a guerra pela volta avança o antigo Rei fica confuso e não sabe o que é certo ou errado. Não tem tempo para pensar duas vezes. Ele sente, ele sabe, mas continua correndo atrás, e além de tudo isso ele tem que agir, e continuar agindo só que de maneira descontrolada agredindo a todos pelos meios que melhor lhe convençam atingir ao inimigo e não adversário.

É a marca do desespero cravada em tudo que faz. Ataca desesperadamente sem saber que quem ver ou ouve, tira as suas próprias conclusões do porquê de tanto de tanto desespero. 

A ambição pelo poder. 

*insubsistente => aquilo que não subsistente; que não pode subsistir.   

 

Creditos: Raul Rodrigues