Braskem perde grau de investimento com rebaixamento de nota pela Fitch

Braskem perde grau de investimento com rebaixamento de nota pela Fitch
Na última quinta-feira, 14, a Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito global da Braskem de "BBB-" (grau de investimento) para "BB+" (grau de não investimento especulativo), colocando o rating em observação negativa devido ao aumento dos riscos ambientais e a novas reclamações de R$ 1 bilhão associadas ao possível colapso de uma mina de sal-gema em Alagoas, no contexto de um evento geológico. A Fitch destacou que esse cenário poderia impactar negativamente o perfil do fluxo de caixa da empresa.

A agência também expressou a expectativa de que a métrica permaneça negativa por um período mais longo do que inicialmente previsto, dado que a Braskem continua exposta a uma desaceleração prolongada no setor petroquímico, resultando em um aumento significativo da dívida líquida. Embora a S&P ainda mantenha o grau de investimento da empresa, com nota BBB-, a perspectiva não é otimista.

No mercado financeiro, as ações da Braskem (BRKM5) registraram queda no Ibovespa, chegando a declinar 5% durante a tarde. O fechamento dos papéis ocorreu a R$ 16,92, após o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) solicitarem judicialmente o bloqueio de R$ 1 bilhão da companhia. A audiência de conciliação, considerada "frustrada" pelo MP, encerrou-se sem um acordo entre as partes.

Além do bloqueio de R$ 1 bilhão, a petição do MPF inclui medidas adicionais em caso de persistência do descumprimento da ordem judicial por parte da Braskem, tais como o reconhecimento da litigância de má-fé, configuração de ato atentatório à justiça, encaminhamento dos autos ao MPF para providências relacionadas ao crime de desobediência e imposição de multa diária de R$ 50 mil ao presidente da Braskem, Roberto Bischoff. Em resposta, a Braskem argumenta que há discordâncias técnicas e pretende recorrer da decisão que determinou a indenização dos imóveis nas novas áreas abrangidas pelo Mapa de Linhas de Ações Prioritárias.