Quando o parto não identifica o velhaco que está a nascer o apelido marca

Essas histórias se repetem tanto nas revistas de Cordel quanto na vida real. E como na política velhaco não se cria, exemplos não faltam.

Quando o parto não identifica o velhaco que está a nascer o apelido marca

Era em revista de Cordel dos anos 50/60 vendida nas feiras-livres e pelo próprio autor, em forma de livreto que trazia histórias interessantes sobre a política nordestina dos tempos dos Coronéis. 

Por ser um admirador do repentista – todo ele termina por ser cordelista – basta que alguém escreva para ele, sempre comprei essa riqueza da cultura brasileira que fez nascer um Rei do Baião, Luiz Gonzaga, um Genival Lacerda, Anastácia, a Rainha do Forró, Marinês e Sua Gente, e na nova safra, Elba Ramalho, e tantos outros.

E lembrando de um livreto de Cordel que muito me deixou na memória a história do filho do político rico que nasceu para ser pigmeu. Pigmeu quer dizer neste Cordel, menino que nunca cresce, e para rimar com o ‘filho meu” como descrevem as rimas, tinha que terminar em “eu”, daí se chamar pigmeu.

E o pai bem que tentou fazer dele um grande político, mas nunca conseguiu. Virou um trauma familiar que perdurou até a morte. 

E um dia a matriarca cansada de ser roubada pelo pigmeu mandou que se fechasse o açude de onde ele roubava os peixes para vender e gastar nas eleições. E disse: “daqui não”! 

Mas a grande pergunta era porque aquele menino nascido em berço de ouro não passava de apoiador? E o povo sábio feito pela natureza, respondeu: “o menino não paga a ninguém, e velhaco não se cria na política”.

A verdade foi dura, porém comprovada. 

Creditos: Raul Rodrigues