Imagens mostram avanço de afundamento do solo de mina com risco de colapso em Maceió: 'Parte molhada ampliou'

Área da mina 18 da Braskem, no Mutange, é monitorada 24 horas por dia por equipamentos e diariamente por imagens aéreas.

Imagens mostram avanço de afundamento do solo de mina com risco de colapso em Maceió: 'Parte molhada ampliou'

Imagens aéreas feitas pela Defesa Civil de Alagoas para monitorar a mina da Braskem com risco de colapso em Maceió mostram avanço das fissuras e que a área seca está sendo cada vez mais ocupada pela água da Lagoa Mundaú. O registro foi feito às 17h de sábado (2).

"Podemos observar que têm várias fissuras. As fissuras continuam sendo ampliadas nessa região. Então a cratera se encontra na lagoa [60% na lagoa Mundaú], com 40% no continente. Essa parte molhada ampliou hoje. Ontem tínhamos apenas uma pequena parte molhada. Isso prova que esse rebaixamento, esse afundamento da terra, que era de 1,40 m, está agora em torno de 1,60,m", disse o coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés.

O coordenador da Defesa Civil explicou que as imagens da mina, na área do antigo campo do CSA, no Mutange, são feitas pelo menos duas vezes por dia para acompanhar a evolução do afundamento do solo.

Além das imagens, a área é monitorada 24 horas por equipamentos. Segundo o coronel Moisés, somente no sábado, 250 tremores foram registrados no local. Não há relatos de que os microssismos tenham sido sentidos pela população.

"Estamos fazendo essas imagens duas, três vezes por dia, no mesmo horário. Acompanhando a mesma maré, para que possamos ter imagens reais de tudo o que está acontecendo", afirmou.

O solo na região da mina 18 está afundando em ritmo mais lento, de 0,7 cm/h, mas o risco de colapso não foi descartado. Desde o início do monitoramento, no dia 28 de novembro, o solo afundou 1,61 cm.

Das 18h de sexta-feira (1º) até as 18h de sábado (2), o deslocamento de terra foi de 11, 8 cm.

A área no entorno do Mutange já foi completamente evacuada, assim como na maior parte dos bairros vizinhos, Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro. Segundo a Defesa Civil de Alagoas, o colapso da mina não representa risco para as demais áreas.

De acordo com a Braskem, a acomodação do solo da mina pode ocorrer de forma gradual até a estabilização ou de forma abrupta, abrindo uma cratera no local.

A mineradora encerrou totalmente a extração de sal-gema em 35 minas em Maceió em maio de 2019. A empresa afirmou que vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025.

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Creditos: Roberta Batista, Nick Marone, g1 AL e TV Gazeta
Fonte: Globo.com