Das tragédias anunciadas, o rio São Francisco e a Salgema são os maiores exemplos
03/12/2023, 10:51:22A ganância do homem pelo poder financeiro e sucesso empresarial não constrói o homem de bem. Mas sim o homem dos bens.
Tem por finalidade este artigo deixar registrado que tudo que se depara contra o progresso ou desenvolvimento sem o devido cuidado para com o futuro, termina em tragédia. Assim estão comprovados os fatos sobre a exploração do rio São Francisco há séculos, ao mais novo exemplo, o da Salgema, indústria química.
O rio São Francisco nunca foi preservado em suas seculares explorações – pescaria ainda não predatória, navegação em alta escala entre os séculos XVII, XVIII e XIX, quando navios de alta cabotagem subiam as águas do caudaloso Velho Chico, levando mercadorias para o alto sertão alagoano e pernambucano, e durante o século XX com construções de hidrelétricas para gerarem energia elétrica. Tudo isso fez parte do não preservar o rio, pois se cada um desses exploradores tivesse investido pequenas cifras dos seus ganhos na preservação do rio, hoje estaríamos em melhores condições. Isto é fato, e fato não discute.
A Salgema indústria química que chegou a Alagoas nos idos de 1970, trouxe consigo a propaganda de que iria transformar o estado em uma espécie de El Dourado do Nordeste por meio das riquezas produzidas. E isso era uma verdade se a riqueza por aqui ficasse, e a cada jazida, depois mina aberta ao ser explorada, fosse também preenchida com material sólido e de grande grau de dureza.
Mas assim não foi feito. Buraco aberto, mina vazia, cratera na iminência de desmoronar. Colapsar. Afundar puxando tudo ao seu derredor.
A exploração das duas “jazidas” naturais foi o caminho para a crônica de uma morte anunciada.
Revitalizar é um dos caminhos, para que as futuras gerações não passem apenas a contar as histórias.
Fala-se muito em desenvolvimento sustentável, mas quem faz?