Trégua Israel-Hamas: terceiro grupo de reféns israelenses é liberado

Trégua Israel-Hamas: terceiro grupo de reféns israelenses é liberado
A trégua entre Israel e o Hamas chega a seu terceiro dia neste domingo (26/11) com mais uma leva de reféns libertados.
O governo de Israel diz que 14 reféns israelenses e 3 estrangeiros foram libertados pelo Hamas, que confirmou a soltura.
Em troca, o serviço penitenciário de Israel confirmou a libertação de 39 prisioneiros palestinos neste domingo.
Enquanto isso, há expectativa de que mais ajuda humanitaria entre em Gaza, à medida que uma crise humanitária continua, e muitos esperam uma prorrogação da trégua.
O acordo, que foi mediado pelo Catar, prevê que 50 israelenses — apenas mulheres e crianças — sejam libertados ao longo dos quatro dias de trégua. Do outro lado, Israel deve liberar 150 cidadãos palestinos (também mulheres e menores de idade) que estavam presos.
Na última sexta-feira (24/11), o primeiro dia da trégua, o Hamas liberou os primeiros 24 reféns. Em troca, 39 palestinos foram liberados.
No sábado à noite, ocorreu a liberação de um grupo de mais 13 reféns israelenses. Israel então liberou mais 39 palestinos.
Outros 14 cidadãos tailandeses e um filipino também foram soltos pelo Hamas como parte de um acordo separado entre o Hamas e o governo egípcio.
A libertação dos reféns na última noite, no entanto, foi atrasada em algumas horas — o que gerou ansiedade nos israelenses que esperavam seus familiares e amigos voltarem para casa.
"O atraso na libertação dos reféns no sábado mostrou o quão delicada é a trégua entre Israel e o Hamas. Por horas, havia receios de que o acordo pudesse ruir", escreve Hugo Bachega, correspondente da BBC no Oriente Médio reportando de Tel Aviv.
O Hamas acusou Israel de violar os termos do acordo, alegando problemas na entrega de ajuda ao norte da Faixa de Gaza e nos critérios de seleção para os prisioneiros palestinos trocados pelos reféns.
Na ocasião, o porta-voz do Hamas, Osama Hamdan, afirmou acreditar que os israelenses "não estão respondendo da maneira correta e positiva" desde o início da trégua temporária na sexta-feira.
Ele diz que o Hamas "pediu aos mediadores para fazerem os esforços necessários para cumprir tudo o que foi acordado... como permitir que os caminhões de ajuda alcancem a parte norte de Gaza".
Mediadores do Egito e do Catar, países que ajudaram a intermediar o acordo, ajudaram a resolver o impasse.
O governo de Israel divulgou o nome de de seus cidadãos que foram libertados - todos são mulheres, várias delas idosas, e crianças.
Na sexta-feira, foram libertados:
No sábado, foram libertados:
No domingo, foram libertados:
Do lado palestino, houve muita comoção entre familiares ao reencontrarem entes queridos que estavam detidos.
A BBC Árabe entrevistou Marah Bakeer, que estava presa, quando ela retornou à casa de sua mãe em Jerusalém. Bakeer foi presa em 2015, aos 16 anos, e condenada a oito anos e meio de prisão por um ataque com faca a um policial na fronteira.
Bakeer disse a jornalistas que aguardavam: "Este acordo ocorre após a morte de muitas pessoas, o que nos deixa infelizes e desconfortáveis."
Ela afirmou ter sido mantida em confinamento solitário e não tinha "ideia do que estava acontecendo lá fora, nenhuma ideia sobre a situação em Gaza".
"As notícias do acordo foram uma surpresa", disse ela.
Neste domingo, 61 caminhões de ajuda também alcançaram o norte de Gaza, o maior número desde 7 de outubro. Eles incluíam alimentos, água e suprimentos médicos.
As pessoas têm esperado em filas para receber suprimentos de ajuda humanitária.
A ONU também confirmou que 129.000 litros de combustível entraram em Gaza no domingo (26/11).
Enquanto isso, cresce a tensao na Cisjordânia, que tem vivenciado um aumento da violência desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.
Uma incursão israelense na cidade ocupada de Jenin, na Cisjordânia, durante noite de sábado para domingo. deixou cinco pessoas mortas.
Na manhã de domingo, pessoas marchavam nas ruas, algumas delas armadas, para os funerais de três homens que estão entre os mortos.
O exército israelense afirmou que estava realizando uma incursão para deter um palestino suspeito de envolvimento em uma emboscada que matou dois israelenses em agosto.
O Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, afirma que mais de 230 palestinos, entre civis e combatentes, foram mortos por soldados e colonos israelenses.