Mulher é indiciada por injúria após chamar menino de "macaco preto" no interior de AL

Mulher é indiciada por injúria após chamar menino de "macaco preto" no interior de AL

Uma mulher de 59 anos foi indiciada por injúria racial contra uma criança de seis anos, no município de Campestre, no interior  de Alagoas. De acordo com a Polícia Civil (PC), a mulher insultou o menor com palavras de cunho racista, o chamando de "macaco preto".

O caso foi registrado em julho, mas o inquérito só foi concluído nessa quarta-feira (22) no 113º Distrito Policial (DP), pelo delegado Paulo Cerqueira. Como não houve flagrante, a suspeita não foi presa.

Segundo as declarações da mãe da criança, o filho havia ido até a casa de uma vizinha, na área urbana do município, quando foi insultado.  "A mãe acrescentou que o filho voltou para casa em prantos dizendo que uma mulher o havia impedido de entrar na casa da vizinha e o chamou de 'macaco preto'. Segundo o depoimento da própria vizinha e testemunha do fato, a mulher que insultou o menor, estava em sua casa e apresentava sinais de estar sob efeito de bebidas alcoólicas. A vizinha contou que a autora do crime falou: 'o que você está fazendo aqui, macaco? Vá para casa'. A própria indiciada, que é aposentada e está atualmente passando por tratamento de saúde, em sua defesa, afirma que não recorda o que falou pois havia bebido naquele dia e lamenta o ocorrido", informou a PC.

Injúria racial é equiparada ao racismo

A alegação de embriaguez, no entanto, não exclui a materialidade do crime e, conforme a polícia, a mulher vai responder pelo crime de injúria racial, que tem pena prevista de dois a cinco de reclusão e multa.

Desde janeiro deste ano, a partir de uma alteração legislativa, o crime de injúria racial passou a ser equiparado ao de racismo, com a possibilidade de aplicação de penas maiores àqueles que são responsabilizados por cometerem atos de discriminação em função de cor, raça ou etnia, e o fato de tornar-se imprescritível, podendo ser julgado a qualquer tempo.