Empresário que atropelou casal de PMs em Arapiraca vira réu e é processado em mais de R$ 2 milhões

Empresário que atropelou casal de PMs em Arapiraca vira réu e é processado em mais de R$ 2 milhões

O policial militar Gheymison do Nascimento Porto, que foi atropelado, juntamente com a esposa, enquanto praticava ciclismo na AL-220, em Arapiraca, no último dia 14 de outubro, entrou com um ação indenizatória contra o empresário Edson Lopes da Rocha, que está preso sob acusação de conduzir o carro que atropelou o casal.

Além do pedido de indenização do policial sobrevivente, a família da militar Cibelly Barboza Soares, que acabou morrendo após o atropelamento, também processou o empresário. Somada, as duas ações ultrapassam o valor de R$ 2 milhões de reais.

De acordo com Napoleão Júnior, advogado de defesa do PM Gheymison do Nascimento Porto e da família Cibelly Barboza Soares, as duas ações indenizatórias têm como objetivo reparar os danos morais e materiais causados pelo atropelamento. Ainda segundo o advogado, Gheymison do Nascimento ficou com deformidade no rosto e com outros traumas considerados irreversíveis.

"São duas ações indenizatórias. A primeira foi movida pelo Gheymison do Nascimento Porto, de apenas 31 anos, que sobreviveu ao atropelamento. Gheymison ficou com várias sequelas. Entre elas, um afundamento na face, que provocou uma deformidade no rosto dele. Além disso, ele não poderá exercer a profissão de PM, pois será reformado. Também tem os custeios de tratamentos de fisioterapia, além dos traumas psicológicos e da perda da companheira. O valor desta ação é de R$ 1.102.250,00", explicou o advogado.

"Já a segunda ação foi movida pela família da também policial Cibelly Barboza Soares, que infelizmente não conseguiu sobrevir ao atropelamento. A ação também tem um valor de mais de R$1 milhão, pois além dos danos materiais causados à família dela, tem o valor de perda, que é irreparável. Cibelly tinha apenas 28 anos. Consideramos também, durante os dois pedidos de indenização, todo o tempo de trabalho que os policiais teriam durante a carreira militar", disse Napoleão, em entrevista ao TNH1.

Empresário vira réu por cinco crimes -  Edson Lopes da Rocha, que teve prisão preventiva decreta pela Justiça alagoana, se tornou réu por cinco crimes contra Cibelly Barboza Soares e Gheymison do Nascimento Porto. A decisão foi proferida pela Justiça de Alagoas nessa última segunda-feira (6), após denúncia feita pelo Ministério Público de Alagoas.

Entre os crimes pelo qual o empresário vai responder, está a acusação de homicídio doloso contra Cibelly Barboza Soares, que não resistiu ao atropelamento e morreu no último dia 14. Além desse crime, Edson virou réu por:

  • Tentativa de homicídio contra o também policial Gheymison do Nascimento Porto;
  • Omissão de socorro;
  • Fugir do local para se esquivar de uma possível prisão em flagrante;
  • Dirigir embriagado.

Além de Edson Lopes, o amigo dele, um homem identificado como João José dos Santos, também se tornou réu por dois crimes. Segundo as investigações, o amigo omitiu socorro às vítimas e teria tentado atrapalhar as investigações.

O TNH1 entrou em contato com a assessoria da família de Edson Lopes, e o espaço segue aberto para posicionamento. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de João José dos Santos.

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O caso - Cibelly Barboza e o marido Gheymison do Nascimento, ambos policiais militares, faziam ciclismo no sábado, 14 de outubro, quando foram atropelados por uma caminhonete preta em um trecho da rodovia AL-220, em Arapiraca. A mulher não resistiu aos ferimentos, chegou a ser socorrida, mas morreu no mesmo dia. Já o homem, que ficou internado até essa segunda-feira, 23, recebeu alta médica e foi homenageado pelos colegas de farda na saída do Hospital de Emergência do Agreste. Ele se emocionou bastante ao deixar a unidade hospitalar. 

O motorista da caminhonete foi identificado como Edson Lopes, um empresário da cidade de Arapiraca. Edson chegou a prestar depoimento à polícia na terça-feira, 17, mas foi liberado. Na presença de um advogado, ele negou o uso de bebidas alcoólicas e disse que não viu os ciclistas.

A Justiça de Alagoas pediu a prisão temporária do empresário dois dias depois, na última quinta-feira, 19. A decisão, do juiz Alberto de Almeida, da 5ª Vara Criminal de Arapiraca, destacou que o empresário poderia comprometer a conclusão do inquérito estando em liberdade. O juiz justificou a decisão dizendo que o empresário possui muita influência na região, podendo dificultar ou até impedir que testemunhas prestem depoimentos. Após o pedido prisão temporária, Edson Lopes se apresentou à polícia.