Norte de Israel entra em alerta para ataques do Hezbollah enquanto prepara invasão a Gaza

Norte de Israel entra em alerta para ataques do Hezbollah enquanto prepara invasão a Gaza
Tensões na região de Tel Aviv, em Israel, aumentaram nesta terça-feira, 10, à medida que a milícia xiita libanesa Hezbollah, aliada do Irã, lançou 15 foguetes em direção à Galileia, provocando um alerta máximo nas Forças Armadas de Israel.
De acordo com o Exército israelense, esses foguetes disparados do Líbano acionaram sirenes de alerta em diversas cidades. Quatro desses projéteis foram interceptados com sucesso pelo sistema de defesa Domo de Ferro, enquanto os demais aterrissaram em áreas desabitadas, sem causar nenhum dano ou ferimento.
Um desses disparos foi identificado como um míssil antitanque reivindicado pelo Hezbollah, que exerce influência no sul do Líbano, sendo considerado um ator-chave na região. Em resposta a esses ataques, helicópteros israelenses atacaram três alvos ligados ao Hezbollah.
Além disso, o Exército israelense realizou bombardeios em território sírio, em retaliação a morteiros sírios lançados nas Colinas do Golan, embora esses ataques não tenham causado danos significativos. Essa situação pode abrir novas frentes de conflito para Israel, desviando a atenção do país para vários fronts. O governo sírio, o Hezbollah e o Hamas recebem apoio incondicional do Irã, o que poderia agravar o conflito no Oriente Médio.
Funcionários de inteligência dos EUA afirmaram ao jornal americano Washington Post que havia evidências sólidas de apoio iraniano aos ataques. Analistas e especialistas militares expressaram surpresa com a sofisticação do ataque do Hamas no sábado, 7.
Enquanto o Hamas possui suas próprias capacidades de fabricação de foguetes e drones, um ataque da magnitude vista no sábado teria sido extremamente desafiador sem assistência externa. "A quantidade de treinamento, logística, comunicação, pessoal e armas deixa pegadas evidentes", disse Marc Polymeropoulos, ex-oficial de operações da CIA. "Isso sugere o envolvimento iraniano, dada a complexidade do ataque."
Embora o Irã tenha negado envolvimento direto, elogiou os militantes do Hamas. "Vocês deixaram a comunidade islâmica feliz com essa operação inovadora e vitoriosa", afirmou a agência de notícias Irna, citando o presidente Ebrahim Raisi.
As autoridades de inteligência dos EUA também confirmaram que o Irã forneceu assistência técnica ao Hamas na produção de 4 mil foguetes e drones usados no sábado. Alguns militantes palestinos receberam treinamento em campos no Líbano com monitores da Guarda Revolucionária do Irã e do Hezbollah, indicando uma possível colaboração.
Desde o ataque no sábado, o número de mortos em Israel aumentou para mais de 1.000, com cerca de 150 pessoas sequestradas e mantidas reféns em Gaza. Do lado palestino, já são mais de 900 mortos, incluindo 260 crianças.
As forças israelenses recuperaram os corpos de 1.500 membros do Hamas em seu território, evidenciando a magnitude do ataque. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, aprovou a convocação de mais 60 mil reservistas, elevando o total de mobilização para 360 mil soldados, sugerindo uma possível invasão terrestre iminente.
*Com informações do Estadão Conteúdo